Números apresentados pelo governo e pelo Sindicato divergem quanto à adesão à greve nas escolas

Apesar da diferença entre os números apresentados pelo governo do Estado e pelo Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Santa Catarina (Sinte/SC), o movimento grevista do magistério público estadual ainda não alcança a maioria dos servidores. A tarde desta quarta-feira (1) foi marcada por manifestação de professores na Assembleia Legislativa, em função da possível votação em Plenário da Medida Provisória 198. Uma nova reunião do comando estadual de greve do Sindicato foi realizada para avaliar e decidir os rumos da mobilização.

 

Durante o encontro, os representantes das 30 regionais do Sinte/SC apresentaram as parciais sobre a adesão à greve nas escolas. O Sindicato aponta o percentual de 33% de paralisação, enquanto o número apresentado pelo governo é de 25%. Mesmo com uma margem de diferença, os números demonstram que os professores que paralisaram as atividades não são a maioria. Para o Sindicato, a expectativa é de que esse percentual aumente nos próximos dias. Já o governo do Estado acredita num esvaziamento das manifestações.

 

De acordo com informações da Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Educação, o governo está finalizando a nova proposta do plano de carreira do magistério público. O novo texto deverá ser apresentado na próxima semana, diretamente aos diretores e gerentes regionais de educação, sem intervenção do Sinte/SC. A apresentação deverá ser feita através de videoconferência, como já foi feito em outras oportunidades. O secretário de Educação, Eduardo Deschamps, afirma ainda que não está na pauta a retirada da MP 198, e que está sendo aguardada a votação da Medida pela Assembleia Legislativa.

 

Para o Sinte/SC, o fato de o governo abortar as negociações com os representantes do Sindicato é considerado inconstitucional. A entidade teria enviado um ofício ao Executivo solicitando que a medida fosse reconsiderada, restabelecendo o canal de comunicação entre as duas partes. A alegação é de que cabe ao Sindicato negociar os direitos da categoria.

 

Tramitação da MP 198

 

Na manhã desta terça-feira (31), a MP 198, que altera a forma de contratação e remuneração dos servidores Admitidos em Caráter Temporário (ACTs), havia sido votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por quatro votos a três, foi considerada a inadmissibilidade do projeto. A expectativa era de que a Medida fosse votada em Plenário nesta quarta-feira (1), o que acabou não ocorrendo. Com o prazo de votação encerrado, o projeto será arquivado. Entretanto, o governo possui um prazo de 60 dias após a publicação para reeditar a Medida.

 

 

Confira como está a adesão à greve em algumas das cidades com jornais associados à Adjori, de acordo com as equipes de reportagem locais:

 

 

Passo de Torres

Em Passo de Torres, até a quarta-feira (1º), não havia registro de paralisação.

 

Sombrio

Das quatro escolas estaduais contatadas pela reportagem, o quadro de professores está dividido em relação à greve:

Escola Estadual Catulo da Paixão Cearense - apenas um dos professores segue dando aulas

Escola Básica Governador Irineu Bornhausen - o grupo de professores está dividido entre a adesão ou não à greve

Escola Básica Normélio Cunha - dos 35 professores, apenas quatro estão dando aulas normalmente.

 

Balneário

Escola de Ensino Fundamental Lagoa de Fora - não há registro de adesão à greve

Colégio Estadual Praia da Gaivota - cerca de 85% dos professores aderiram à paralisação. A expectativa é que esse número aumente.

 

Braço do Norte

Aproximadamente mil alunos da Escola de Educação Básica Dom Joaquim estão sem aula desde a quinta-feira (26). Após a iniciativa, a Escola de Educação Básica Engenheiro Annes Gualberto também fechou as portas e os professores cruzaram os braços em rejeição ao novo Plano de Carreira, apresentado pelo Governo do Estado.

 

Armazém, Braço do Norte, Grão-Pará, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, São Ludgero e São Martinho

Até terça-feira(31), não havia escolas sem aulas nestas cidades.

 

Gravatal e Tubarão

Escolas estaduais estão funcionando normalmente

 

Orleans

Não há indicativo de paralisação nas unidades de ensino.

 

Turvo

Em Turvo, nos colégios João Colodel e Jorge Schütz, não há paralisação.

 

Meleiro

Na Escola de Educação Básica Meleiro, e em Morro Grande, na Escola de Educação Básica Ana Machado Dal Toé, os educadores lecionam normalmente.

 

Joinville

 São 148 profissionais em greve, lotados em 32 unidades de ensino da cidade

 

Canoinhas

Escola de Educação Básica Santa Cruz - na tarde de segunda-feira (30), 50% dos professores aderiram à greve do magistério. A escola tem 60 professores em sala de aula. Por esse motivo, os alunos foram dispensados.

 

Três Barras

 A categoria fez paralisações pontuais e estuda uma possível adesão formal à greve catarinense na próxima semana.

 

São Miguel do Oeste

 As aulas na rede estadual continuam normalmente.

 

Pomerode
Menhuma escola aderiu à greve.