Sindicato questiona a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas. Para entidade, governo precisa melhorar a educação básica e não criar cotas.
Sindicato questiona a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas. Para entidade, governo precisa melhorar a educação básica e não criar cotas.
O Sindicato dos Estabelecimentos Privados de Ensino de Santa Catarina (Sinepe/SC) entrou com uma ação coletiva na Justiça Federal para tentar reverter as cotas destinadas para alunos de escolas públicas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A partir deste ano, a universidade reserva 30% das vagas para vestibulandos cotistas: 20% delas para alunos que cursaram o ensino médio integralmente na rede pública e 10% para estudantes negros que também estudaram na rede pública.
Segundo Marcelo Batista de Sousa, professor e presidente do Sinep/SC, o objetivo da ação é garantir o direito de igualdade na disputa pelas vagas no vestibular entre todos os alunos, sejam eles de escolas públicas ou não. "Os alunos de escolas privadas como cidadãos brasileiros vão competir em desvantagem. Nós queremos que a Constituição Federal seja respeitada. Não há jurista ou políticas afirmativas que convençam os professores de que reservar cotas não é uma forma de discriminação", disse.
Na opinião de Sousa, o país precisa estruturar políticas na área de educação, que melhorem a qualidade do ensino público no Brasil e não criar cotas nas universidades. "Não podemos tapar o sol com a peneira. Vamos ter médicos e engenheiros formados por causa das cotas e não por mérito. Se o ensino público é ruim, temos que arrumar a base e não dar um jeitinho para o aluno de escola pública entrar na faculdade", avalia o professor.
O G1 entrou em contato com a universidade, mas não obteve retorno. Segundo a assessoria de imprensa, a única pessoa autorizada a falar sobre o assunto é o professor Edmir Castro, presidente da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), mas ele estava em reunião fora da universidade.
A ação corre na 1ª Vara Federal de Florianópolis e o processo foi remetido para manifestação do Ministério Público Federal (MPF).
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