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. (Fotos: ASCOM)
Discussões ocorrem na Espanha e seguem até terça, 25
O pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), professor Rodrigo Sant’Ana, integra a delegação brasileira na 29ª Reunião Ordinária da Comissão Internacional para Conservação do Atum do Atlântico – ICCAT. O evento acontece em Sevilha (Espanha) e, até 25 de novembro, discute pautas relacionadas ao manejo de diversas espécies de atuns e outras espécies marinhas, tais como tubarões, peixes-espada e marlins que habitam o Oceano Atlântico.
Como chefe científico da delegação brasileira, o professor Rodrigo Sant’Ana destaca que ao longo do encontro o Brasil deve liderar uma proposta de manejo pesqueiro para o estoque Oeste do bonito-listrado, peixe que possui relevância econômica e social para o país. A proposta será discutida nesta reunião na qual participam, diretamente, os 53 países integrantes da ICCAT.
“Vale citar que além dos países signatários da Comissão, diferentes países e organizações não governamentais participam indiretamente dos debates. Na última segunda-feira, por exemplo, mais de 350 pessoas acompanharam as discussões que aconteceram no evento.”, contextualiza o professor.
Entre as espécies relevantes à atividade pesqueira brasileira, na reunião deste ano também estão previstos debates sobre as cotas de captura para outras espécies de atum, como o Bigeye e o Yellowfin, e a gestão da pesca de tubarões, com destaque para Blue shark e o Shortfin mako.
“Outros assuntos que também poderão ser inseridos nas discussões deste ano são o ordenamento do ambiente marinho, que estava em voga no âmbito da Organização das Nações Unidas, demandas sobre os efeitos das mudanças climáticas na distribuição desses organismos e os impactos na atividade de pesca”, cogita Sant’Ana.
Levando em conta a distribuição no Oceano Atlântico, o pesquisador classifica como variada a situação das espécies em discussão no evento.
“Estoques como o bonito-listrado do Oeste, o Bigeye, assim como do Blue shark demonstram sinais de sustentabilidade biológica, bem como os estoques Norte e Sul da Albacore. Já com relação ao Yellowfin, embora a última avaliação tenha indicado sinais de sustentabilidade, as capturas excedentes observadas nos últimos anos, acendem um alerta sobre a manutenção deste estado. No caso do tubarão Shortfin mako, a situação é considerada preocupante, pois o seu estoque se encontra abaixo dos limites de sustentabilidade e já existe, inclusive, discussões sobre total suspensão da pesca desta espécie no âmbito da ICCAT.”, observa Sant’Ana.
Chefe científico
O professor Rodrigo Sant’Ana foi nomeado, pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em fevereiro deste ano, para representar o país em duas funções relacionadas à gestão de atuns e afins no Oceano Atlântico. Desde então, o docente e pesquisador da Univali vem atuando como Coordenador Científico do Grupo Técnico-Científico de assessoramento do Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso Sustentável dos Atuns e Afins (GTC Atuns e Afins) e também como Chefe Científico da Delegação Brasileira na Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico (ICCAT).
Sobre a ICCAT
A Comissão Internacional de Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT) é uma organização intergovernamental dedicada à conservação e gestão dos recursos marinhos e das pescarias relacionadas aos atuns e outras espécies migratórias no Oceano Atlântico e mares contíguos.
A ICCAT foi criada em 1969, sendo integrada por 53 países, incluindo a União Europeia. A entidade nasceu para impedir o esgotamento dos atuns, após o consumo ter aumentado na primeira metade do século passado. Neste contexto, os 53 países-membros da Comissão se uniram para fazer um ordenamento pesqueiro. Atualmente, a Comissão é responsável por implementar medidas de gestão e conservação dos estoques de atuns e outras espécies marinhas, tais como tubarões, peixes-espada e marlins.
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