Presidente anunciou que recursos do Tesouro serão usados para cobrir a diferença gerada pela não adesão das concessionárias dos Estados de SP, MG, PR e SC

A presidente Dilma Rousseff informou nesta quinta-feira, 6, que o Tesouro Nacional irá bancar a redução do custo de energia elétrica no País para cobrir a diferença gerada pela não adesão das concessionárias dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Ela avisou que o esforço do Tesouro não será trivial e criticou os Estados que não aderiram.

A presidente já havia sinalizado ontem que recursos do Tesouro poderiam ser usados para manter a promessa de redução da conta de luz em 20%, quando criticou a "insensibilidade" das empresas que não aceitaram renovar os contratos de concessões.

"Esse é um tema muito importante para competitividade da economia. Energia está em todos os lugares. É inconcebível um País crescer e se desenvolver sem energia", disse Dilma durante lançamento do Programa de Investimento em Logística do setor portuário, nesta quinta-feira, 6.

Segundo ela, como a energia brasileira tem a base hídrica, isso permite que os investimentos das hidrelétricas sejam amortizados antes de terem seu prazo de vencimento atingido. "São todas com vocações de velhas senhoras, centenárias, que viverão mais que o tempo que se precisa para amortizá-las", explicou. "Somos um dos países que deveríamos ter a energia hidrelétrica mais barata do mundo e não temos", destacou. "Mas a boa notícia é que podemos ter", completou. Dilma disse que o governo deu um passo, mas "não pense que é o maior passo". Ela lembrou que muita energia ainda vai vencer no futuro.

"Fizemos a proposta de reduzir custo da energia e que não foi feito com chapéu alheio. É de todos os brasileiros, não estamos tirando de ninguém, é um equívoco, estamos devolvendo", afirmou. "Estamos devolvendo aquilo que nos foi dado. Ninguém está fazendo graça com chapéu alheio. Estamos devolvendo a quem é de direito", repetiu.

Dilma disse ainda que a prorrogação dos contratos atuais não seria para o bem do País, porque o Brasil precisa de energia mais barata para a indústria, a agricultura e as famílias. "Mas tivemos não colaboradores. E isso deixa um rastro de falta de recursos. Esta falta será bancada pelo Tesouro, mas a responsabilidade é de quem não quis fazer. Não há diversão. O Brasil tem hora para tudo. A hora de prorrogar passou. Agora é a hora de devolver", disse, duramente. "Quero destacar que o governo federal fará um imenso esforço, que não é trivial", completou, lembrando que o governo vem reduzindo outros tributos. "Vamos fazer este esforço porque temos compromisso com este País e com a competitividade deste País."

Dilma disse que quando chegou ao governo, assumiu a responsabilidade com todos os setores do País. "Não só com um ou com outro, mas com todos. Temos feito um grande esforço e temos dado grande impulso nessa parceria entre governo e iniciativa privada", afirmou. A presidente destacou que o Brasil tem um setor empresarial que sofreu todas as intempéries ao longo dos últimos 20 anos. Mas, agora, o País vive uma outra fase. Por isso, segundo Dilma, o governo quer garantir um marco regulatório mais amigável, que não deixa margem para usar indevidamente os recursos públicos e privados.