Entidades de todos os setores econômicos do estado participaram de reunião com parlamentares na sede da Fiesc e mostraram que projeto vai trazer dificuldades à geração e manutenção de empregos

Entidades de todos os setores econômicos do estado participaram de reunião com parlamentares na sede da Fiesc e mostraram que projeto vai trazer dificuldades à geração e manutenção de empregos, aumentar a informalidade e afetar principalmente pequenas empresas. Para os empresários, a negociação é a melhor forma de definir os aumentos de salário

Florianópolis, 3.8.2009 - Reunidos na Federação das Indústrias (Fiesc) nesta segunda-feira (3), empresários de todos os setores apresentaram aos deputados catarinenses os impactos que o mínimo regional terá na economia catarinense, se for aprovado pela Assembléia Legislativa. A principal mensagem foi a de que a melhor forma de definir os valores dos salários é a negociação entre as partes diretamente envolvidas: os trabalhadores e os empregadores.

No Rio Grande do Sul, onde o piso foi implantado em 2001, as decorrentes dificuldades de negociação resultaram em migração de empresas e demissões, alertou o executivo do Conselho de Relações do Trabalho e Previdência da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, André Barcellos. "O aumento de custos provoca realocação de fatores produtivos. A medida só afeta o poder de compra de quem tem o emprego preservado", afirmou. Barcellos explicou que na última negociação as centrais sindicais reivindicavam reajuste de 24% no piso, desconsiderando a conjuntura de crise, que afetou principalmente o setor exportador.

Para presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, a existência do piso passa a ser mais um fator a ser avaliado por quem planeja realizar investimentos no estado. O deputado Renato Henning defendeu o amadurecimento da questão e, citando os postos de combustíveis como exemplo, destacou que a iniciativa pode estimular a busca pela automatização de processos, provocando desemprego. "É uma questão polêmica. O projeto precisa ser aprimorado, pois se for aprovado como está, o que parece um ganho para os trabalhadores pode se refletir em perda", disse.

No encontro que contou com a participação das federações integrantes do Conselho das Federações Empresariais, o Cofem (Fecomércio, Facisc, Faesc, Fetrancesc, FCDL, Fampesc, além da Fiesc), o presidente da Assembléia, deputado Jorginho Mello, disse que o projeto "merece e carece de discussão" porque os deputados têm compromisso com o crescimento e o desenvolvimento de Santa Catarina. "O projeto vai impactar a economia e a geração de empregos", afirmou, acrescentando que a Assembléia "vai contribuir, pois não é cartório".

Destacando as diferentes realidades de cada região do estado, o presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupt, falou sobre os impactos para o comércio, destacando que há locais do estado onde o salário negociado entre trabalhadores e empregadores supera o previsto no projeto. "Mas há locais onde o valor proposto pelo projeto significaria impacto de 40%", disse. O presidente da Federação do Transporte (Fetrancesc), Pedro Lopes, destacou as dificuldades vividas pelo setor e chamou atenção para os esforços feitos pelas empresas para evitar demissões.

Participaram do encontro na Fiesc, além do presidente da Assembléia e do deputado Renato Henning, os deputados Elizeu Matos, líder do governo, Silvio Dreveck e Moacir Sopelsa. Também estiveram presentes representantes de deputados que não puderam comparecer ao evento.