Estudo do Instituto Trata Brasil revela ainda que o saneamento contribui também para a valorização de imóveis e aumento de produtividade
A implantação da rede de esgoto reflete positivamente na qualidade de vida do trabalhador gerando o aumento da sua produtividade e da renda, além de contribuir para a valorização dos imóveis. A pesquisa "Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico", encomendada pelo Instituto Trata Brasil e realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que a renda média e a produtividade do trabalhador em Santa Catarina cresceriam 4,8% com a universalização da rede de esgoto.
Segundo a pesquisa, apenas 51,4% dos moradores de Florianópolis são atendidos pela rede de esgoto. A capital catarinense ocupa a 29ª posição no ranking Trata Brasil que lista a situação de 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. “A evolução do setor é inquestionável, mas o déficit continua. Os investimentos precisam se crescentes para reduzir o número de brasileiros que ainda não tem acesso ao saneamento básico”, esclarece o presidente do instituto, André Castro.
Por outro lado, ao ter acesso à rede de esgoto, o catarinense aumenta sua produtividade em 4,8% permitindo assim o crescimento de sua renda na mesma proporção. A estimativa é que a massa de salários em Santa Catarina, que hoje gira em torno de R$ 47,03 bilhões, tenha um ganho de R$ 2,25 bilhões por ano.
Efeito imobiliário
A universalização do acesso à rede de esgoto pode ainda proporcionar uma valorização média nacional de até 18% no valor dos imóveis. Essa valorização terá efeitos diferenciados em cada estado da Federação, mas os estados com maior deficiência são os que teriam o maior volume de ganhos. A pesquisa estima que a valorização dos imóveis, em Santa Catarina, chegaria aos 4,9%.
Saúde
A pesquisa mostra ainda os efeitos da universalização do saneamento na área da saúde e revela que, por ano, 217 mil trabalhadores brasileiros precisaram se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados a falta da coleta e tratamento adequado do esgoto. Somente em Santa Catarina, foram 8.842 internações, em 2009; sendo que 1.528 delas poderiam ser evitadas.
O estudo também apurou que em 2009, de acordo com o DATASUS, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrointestinais, 2.101 faleceram no hospital. Em Santa Catarina foram 65 mortes, dessas 43 vidas poderiam ter sido salvas com a implantação do saneamento.
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