Municípios gaúchos lideram ranking de produção de tabaco. Os 10 maiores produtores respondem por mais de 20% do total da produção brasileira.
A Região Sul do Brasil concentra 96% da produção do tabaco brasileiro, com 710 mil toneladas produzidas na safra 2011/12. O município gaúcho de Venâncio Aires ocupa a liderança do ranking, com mais de 24 mil toneladas, de acordo com dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Em volume de produção aparecem na sequência: Canguçu (RS), São Lourenço do Sul (RS), Santa Cruz do Sul (RS), Canoinhas (SC), Candelária (RS), Vale do Sol (RS), Camaquã (RS), Itaiópolis (SC) e Rio Azul (PR). Na lista dos top ten, os municípios gaúchos ocupam sete posições.
“Estas cidades possuem tradição na plantação de tabaco e tem nesta cultura a mola propulsora da economia. Inclusive, o desenvolvimento de algumas delas se baseou especificamente do trabalho dos produtores e da instalação de empresas de beneficiamento da folha, como é o caso de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul”, avalia o presidente do SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), Iro Schünke.
Canguçu, o segundo no ranking, é exemplo dos avanços promovidos pela cultura. O município, localizado ao sul do estado gaúcho, possui o maior número de minifúndios do Brasil, com 14 mil propriedades rurais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Responsável por um acréscimo de cerca de R$ 100 milhões na economia local, a cultura do tabaco é a principal atividade agrícola de Canguçu, contribuindo para fixar mais de 60% da população no campo e para a expansão do comércio na cidade. Os agricultores se dedicam ainda a outras culturas, como batata, frutas, feijão e leite.
Em Candelária, na região central do Rio Grande do Sul, os mais de 3,5 mil produtores de tabaco do tipo Virgínia impulsionam a economia local. O cultivo movimentou R$ 91 milhões na última safra, valor que ultrapassa os quase R$ 58 milhões do orçamento municipal previsto para 2013.
Com uma média de 16,7 hectares, apenas 15,4% da propriedade é destinada a produção de tabaco, que responde por 56% da renda do produtor. O perfil da propriedade, levantamento realizado pela Afubra, demonstra que o produtor está mais aberto à diversificação e consciente sobre a preservação ambiental. Na análise da safra 2011/2012, além do plantio de tabaco, o cultivo do milho responde por 22,5%, a soja por 7,8%, o feijão por 1,8% e outras culturas 3%. A pastagem responde por 20,4% e o índice de cobertura florestal supera os 29% com áreas de mata nativa preservada (16,9%) e reflorestada (12,2%).
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