A primeira fase do Programa Minha Casa Minha Vida superou as metas traçadas para Santa Catarina. No entanto, a parcela da população de baixa renda atendida pela iniciativa do Governo Federal ainda é pouco expressiva no Estado. Cerca de 77% das 145 mil famílias catarinenses sem casa própria possuem uma renda mensal de zero a três salários mínimos.

De acordo com os critérios do programa, em municípios com até 50 mil habitantes - 91% dos 293 existentes - compete diretamente ao poder público o desenvolvimento de ações para a solução da moradia. A Companhia de Habitação do Estado de Santa Catarina (COHAB/SC) realizou consulta prévia para os 267 municípios catarinenses que se enquadram no perfil e encaminhou para o Ministério das Cidades.

O número de cidades pouco populosas beneficiadas pelo Minha Casa Minha Vida no Estado foi abaixo do esperado. Apenas 34 municípios foram contemplados com recursos destinados à construção de moradias populares.

Dos selecionados, a COHAB/SC, em parceria com as prefeituras e cooperativas de crédito, está coordenando a execução em 30 cidades, onde serão construídas 904 residências com um investimento de aproximadamente R$ 11,8 milhões.

Prioridades no Estado

A diretora presidente da Companhia, Maria Darci Mota Beck, ressaltou que está sendo preparada uma nova proposta para atender as regiões mais carentes do Estado. O documento será entregue ao governador Raimundo Colombo e, posteriormente, encaminhado a Brasília (DF). Maria Darci adiantou ainda quais serão as prioridades para próxima etapa do programa.

"Iremos concentrar nossos esforços para atender primeiramente as famílias que habitam áreas de risco, mais suscetíveis a sofrer com os fenômenos
climáticos, e as famílias que vivem no campo. Desta maneira, diminuiremos o déficit nas pequenas cidades do interior e também conseguiremos enfraquecer o êxodo rumo ao litoral", afirmou.

Os dados do último Censo, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim do ano passado, apontam que Santa Catarina foi o estado da região Sul com o maior crescimento populacional na década (16,68%). Além disso, o levantamento mostrou que a população catarinense ficou mais urbanizada do que há 10 anos. Em 2000, 78,5% das famílias viviam em áreas urbanas; hoje o índice é o mesmo da média nacional: 84%.