As pessoas com deficiência, cujo Dia Internacional é celebrado em 3 de dezembro, ainda têm muito espaço a conquistar na sociedade. Mas há outra abordagem possível: aumentam a cada dia as iniciativas de criar oportunidades de inclusão. A análise é de Marcilene Chaves, coordenadora pedagógica da área de reabilitação da Associação Catarinense de Integração do Cego (ACIC), em Florianópolis. "Houve avanços bastante significativos, em todos os aspectos da sociedade", afirma. Em 2010, o SESI e o SENAI registram cerca de 1,4 mil matrículas em programas de inclusão.
Marcilene observa que a inclusão na educação é a mais importante, pois se torna a base para os demais aspectos sociais. "A educação é o primeiro espaço, para que depois a inclusão ocorra na totalidade". A partir da educação, observa Marcilene, as próprias pessoas com deficiência adquirem um posicionamento diferenciado. "A pessoa com deficiência não deve se colocar como vítima; não é a deficiência em si que deve ser encarada no momento da inclusão, mas a pessoa que estará incluída nos mais diversos espaços, a começar na família".
O SENAI vem estimulando estudantes e professores a adotar atitudes e aplicar conhecimentos em favor da sociedade. Foram iniciativas como produção de horta, adaptação de carros para deficientes e reforma de computadores, entre outras. Também foi promovida a formação profissional de pessoas com deficiência e acompanhamento especial a 85 estudantes de cursos regulares e 285 em cursos de qualificação profissional. Muitos dos profissionais já estão inseridos no mercado de trabalho.
Já SESI realizou mais de mil matrículas no Programa de Inclusão da Pessoa com Deficiência na Indústria. A iniciativa propõe a elevação da escolaridade para contribuir na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Durante o ano, o SESI também concluiu o censo demográfico que traça o perfil socioprofissional das pessoas com deficiência. A pesquisa, que contemplou todas as regiões do estado, cobriu 36,14% da população catarinense.
O SESI oferece oito escolas de educação inclusiva adaptadas para pessoas com deficiência. As unidades foram implantadas em Blumenau, Joinville, Videira, Caçador, São José, Brusque, Jaraguá do Sul e Marau, no Rio Grande do Sul. O Laboratório de Acessibilidade, do SENAI em Joinville, foi finalista do Prêmio Nacional de Direitos Humanos em educação, pela sua atuação na oferta de material didático para pessoas com deficiência.
As duas entidades também possuem programas de capacitação de colaboradores para a educação inclusiva, com treinamentos em libra e braile.
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