Dados da Fecomércio SC e da FCDL/SC apontam ainda que somente 10,7% das empresas contrataram no período
Os comerciantes sentiram no caixa os impactos do baixo poder de compra dos consumidores no dia dos namorados em Santa Catarina. Embora a data tenha movimentado a economia nas primeiras semanas de junho, principalmente pela queda nas temperaturas antes do início do inverno, o faturamento caiu 9,5% este ano, conforme aponta a pesquisa da Fecomércio SC em parceria com a Federação das CDLs de Santa Catarina (FCDL/SC).
Já em relação aos meses comuns do ano houve crescimento de 11,8% na receita, o que demonstra a relevância do dia dos namorados para o setor. O volume havia retraído 6,7% em abril, no acumulado de 12 meses - maior queda da série histórica iniciada em 2001. O tíquete médio na data foi de R$ 167,76, maior do que o ano passado, um incremento de 7,4%, mas menor se for levado em conta a inflação acumulada no período (9,32%). O destaque positivo ficou por conta de Florianópolis, com o maior gasto médio (R$ 192,63).
De acordo com o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, o recuo está alinhado com o momento da economia catarinense e nacional. "As famílias não estão comprando com o mesmo vigor, mas a expectativa é de recuperação da intenção de consumo e confiança no segundo semestre", pontua. Para Ivan Tauffer, presidente da FCDL/SC, o frio mais intenso às vésperas da data beneficiou o comércio. "As baixas temperaturas ajudaram a amenizar uma possível redução ainda mais significativa nas vendas", analisa.
Por conta da crise os empresários também estão bastante cautelosos na hora de contratar temporários: 10,7% das empresas reforçaram o quadro de funcionários para o período. Sob a perspectiva de quem está do lado de dentro do balcão, a pesquisa de preço teve frequência baixa (44%). A compra à vista foi a forma de pagamento escolhida por 66,5% dos consumidores: os percentuais foram 21,6% em dinheiro, 12,6% no cartão de débito e 32,3% via cartão de crédito. No prazo, o cartão de crédito respondeu por 29,1% das vendas, seguido pelo crediário (3,4%).
Os resultados de vendas foram levantados com empresários de Blumenau, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Joinville e Lages nos setores de vestuário/ calçados, floriculturas, joalherias, perfumes/ cosméticos, hotel/motel, loja de departamento, restaurante e especializada em chocolates.
Avaliação do consumidor
Outro indicador levantado pelas entidades é a avaliação do consumidor, que pondera desde o atendimento até a efetivação da compra. De acordo com a pesquisa 63,8% dos consumidores contatados garantiram o presente, mas o percentual de desistência aumentou 19,4% - passando de 16,8% em 2015 para 36,2% neste ano -, o que pode estar relacionado às atuais condições da renda, da inflação e do acesso ao crédito.
Os segmentos do vestuário (33,8%) e de perfumes/cosméticos (21,1%) lideraram a preferência, embora o maior gasto médio foi com joias (R$ 497,94). Os consumidores atribuíram boas notas ao atendimento na data: 8,93 para o comércio e 8,83 para serviços.
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