Pesquisa Fecomércio mostra gasto do turista no Carnaval e o impacto no comércio
-
(Fotos: Divulgação)
Com o objetivo de mapear o desempenho do turismo em uma época tão expressiva economicamente como o Carnaval, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC) realizou pesquisa que revela o impacto da festa no comércio e hotéis e detalha o perfil de quem frequentou os dias de folia em Florianópolis, São Francisco do Sul, Laguna e Joaçaba. Ao todo, foram realizadas entrevistas com 1290 turistas e em 522 em empresas, entre os dias 11 e 15 de fevereiro de 2013. O panorama exclusivo que o estudo traz, mostra pontos positivos e negativos de cada cidade analisada.
O carro foi o meio de transporte mais utilizado pelos turistas nos quatro destinos pesquisados e a grande maioria dos visitantes tem um perfil particular: é solteira e jovem, com idade entre 18 e 30 anos, assalariada, com renda entre R$ 1.418 e R$ 6.109 e prefere viajar em grupo. Na hora de gastar, o turista, de maneira geral, repetiu o comportamento para quitar as compras: pagou à vista (dinheiro, cartão de débito ou de crédito). Os gastos à vista foram a escolha de 80% dos turistas de Florianópolis, 83,3% em São Francisco do Sul, 100% em Laguna, e 97,4% em Joaçaba.
Avaliação do empresário
Outro dado interessante que o estudo aponta é o turismo regional, muito significativo em São Francisco do Sul, Laguna e Joaçaba. Em Florianópolis, o foco muda. Na Capital, o turismo nacional e internacional predomina. O levantamento indica também que o movimento no comércio foi avaliado como “muito bom” e “bom” por 57% dos empresários entrevistados em Florianópolis.
Em São Francisco do Sul, o percentual das duas respostas atingiu 50%. Laguna foi a cidade onde o comércio teve o melhor movimento, segundo o empresário: 64% deles comemoraram a data.
Neste mesmo quesito, Joaçaba teve o percentual mais baixo de respostas positivas: 47%. Também foi descoberto que 84,6% dos estabelecimentos comerciais pesquisados contrataram funcionários extras para atender os turistas.
Considerando a média ponderada dos gastos dos turistas, no município de Florianópolis o gasto médio do turista no período do Carnaval foi de R$ 623,87, seguido por São Francisco do Sul (R$ 488,38) e Joaçaba (R$ 406,38). No município de Laguna, o gasto médio foi bastante inferior aos demais municípios analisados (R$ 173,44).
Perfil dos turistas
Os solteiros são a maioria em Florianópolis (71,6%), Laguna (68,3%) e Joaçaba (69,1%), diferindo apenas São Francisco do Sul, onde os visitantes que disseram ser casados ou ter união estável representaram maioria (60,2%).
A pesquisa mostra que a renda média familiar dos turistas que frequentaram as quatro cidades no Carnaval varia entre R$ 1.418 e R$ 6.109. Em Florianópolis, 26,4% dos turistas ganham entre R$ 3.764 e R$ 6.109. Nas cidades de São Francisco do Sul (40%), Laguna (42,3%) e Joaçaba (42%), a renda das famílias atinge o mesmo patamar: R$ 1.418 a R$ 3.763.
O turismo regional, com grande parte de catarinenses e turistas de estados vizinhos, foi mais significativo em São Francisco do Sul, Laguna e Joaçaba. Em Florianópolis, predominou o turismo nacional e internacional, com visitantes argentinos (1,5%), gaúchos (15,9%), paranaenses (7,2%) e paulistas, que obtiveram o maior percentual, com 34,7%. A Capital ainda recebeu turistas do Chile, com 1,3%, e Espanha, com 0,8%.
Grande parte dos turistas viajou em grupo, na média de cinco pessoas. Em São Francisco do Sul, 75,4% deles eram da mesma família. Nas outras cidades, o maior percentual de companheiros de viagem foi de amigos com 57,3% em Laguna, 52,6% em Florianópolis, e 47,8% em Joaçaba.
Gastos com a folia
O predomínio nos gastos dos turistas ficou entre lazer, hospedagem, pacote turístico e alimentação. Em todas as cidades, o quesito hospedagem levou parte do dinheiro dos turistas, com maior incidência em São Francisco do Sul, onde a média de gastos foi de R$ 923,77, seguido de Florianópolis, com R$ 705,49 de despesas.
O turista também gastou bastante com lazer na Capital, atingindo a média de R$ 748, e com pacotes turísticos (R$ 633,99). Foi a cidade com maior gasto em passeios e lazer, devido à grande parte dos turistas terem viajado de avião.
Ocupação profissional e escolaridade
Em todos os municípios da pesquisa, a maioria dos turistas se enquadra como assalariados. Laguna se destaca são 63,7%, seguida por Florianópolis, com 55,8%, São Francisco do Sul, com 53,2%, e Joaçaba, com 28,3%.
Na Capital e em Joaçaba, a maioria dos turistas tem curso superior completo. Em São Francisco do Sul e Laguna, o grau de instrução com maior incidência no Carnaval foi de nível médio.
Meio de transporte utilizado
O carro próprio foi o meio de transporte mais utilizado para as viagens de Carnaval em três das quatro cidades pesquisadas, com destaque para Laguna, onde 88,7% dos turistas foram para a cidade de automóvel.
As porcentagens seguem com São Francisco do Sul, que atingiu 82,3%, Joaçaba, com 65,7%, e Florianópolis, com 40,6%. O avião foi o meio de transporte mais usado na Capital, com 44,5%, o que contribuiu para um maior gasto com pacotes turísticos a passeio, por exemplo. Em Joaçaba, a segunda maior parte de turistas (20,7%) viajou de ônibus intermunicipal.
Pontos positivos e negativos de cada cidade
Em Florianópolis
O critério que levou a maior fatia percentual na avaliação dos turistas na Capital foi o transporte coletivo. Mais da metade dos entrevistados em Florianópolis (61%) disse que não usou o transporte público da cidade. Dados da pesquisa apontam também que 51% dos visitantes utilizaram táxi.
Outro percentual relevante foi a opinião dos visitantes sobre a sinalização turística de Florianópolis, no qual 59% dos turistas avaliou como boa. A hospitalidade da população também agradou, com 55% de avaliação boa.
Hospedagem e Gastronomia também tiveram destaque, com 44% e 40%, respectivamente, avaliados como ótimo. Os foliões ainda analisaram a sensação de segurança como boa, com 46%. Pelo menos 23% disseram que a segurança foi regular. O critério que levou o maior índice de percentual ruim foi o táxi, com 16% dos turistas descontentes com o serviço.
Em São Francisco do Sul
Entre os pontos positivos da cidade, hospedagem e gastronomia estão empatados, com 23% avaliados como ótimo. A sensação de segurança também foi vista como boa (70%) para a grande maioria dos foliões.
A pesquisa também aponta que 98% dos turistas não usaram táxi e 95% não utilizaram o transporte público. O atendimento no comércio foi avaliado em sua maioria como bom, com 73%. Atendimento de Serviços também, com 70%.
Em um cenário geral, São Francisco do Sul indica poucos pontos negativos. A maior porcentagem avaliada como péssima foi relacionada à sinalização turística, com 3%.
Em Laguna
Na mesma linha positiva, Laguna foi avaliada como boa nos quesitos hospedagem (70%), gastronomia (56%), sensação de segurança (59%), hospitalização da população (79%), entre outros.
Diferentemente de Florianópolis e São Francisco do Sul, o transporte público e o táxi foram bem avaliados com 72% dos turistas apontando como bom o transporte público, e 59% o táxi. O ponto de pior avaliação foi atrativos culturais, com 9%.
Em Joaçaba
A maior fatia de pontos positivos na cidade foi voltada à gastronomia, com 81%, seguida de limpeza urbana, com 80%. O atendimento no comércio e serviços também foram bem avaliados, com 78%.
Da mesma forma que em Florianópolis e São Francisco do Sul, os visitantes praticamente não utilizaram o transporte público (78%) e o táxi (64%). A sinalização turística atingiu o maior número em pontos negativos da cidade, com 7%.
O que precisa melhorar
Nas quatros cidades, turistas elencaram os principais pontos que precisam melhorar. São eles:
Florianópolis: acesso/transporte (56%), divulgação/promoção (23%), atrativos turísticos e serviços turísticos (19%).
São Francisco do Sul: acesso/transporte (52%), divulgação/promoção (23%), atrativos turísticos (30%) e serviços turísticos (34%).
Laguna: acesso/transporte (45%), divulgação/promoção (53%), atrativos turísticos (19%) e serviços turísticos (5%).
Joaçaba: acesso/transporte (34%), divulgação/promoção (40%), atrativos turísticos (33%) e serviços turísticos (19%).
Deixe seu comentário