Presidente Roque Pellizzaro Jr. diz que consumidor também quitará dívidas

Até o fim do ano, o consumidor brasileiro deve ir às lojas comprar mais de quatro presentes, gastar em média R$ 83 com cada um, pagar à vista e, como de costume, deixar para fazer as compras de última hora. O produto mais procurado pelo consumidor serão os itens de vestuário. E mais: a maioria (56%) dos brasileiros deve investir no visual e comprar roupas novas para comemorar o Natal ou o Réveillon. Essas constatações são resultado da Pesquisa de Natal encomendada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). Para realizar o estudo, foram ouvidos 866 consumidores e 606 lojistas de todas as capitais do país, em novembro deste ano.

Os locais preferidos para as compras serão os Shopping Centers (48%), seguidos pelas lojas de rua (36%). “A preferência pelos shoppings deve-se à facilidade de estacionamento e à segurança que estes locais oferecem, tendo em vista que a pesquisa foi realizada em grandes centros urbanos. Além disso, esses mega estabelecimentos concentram uma grande variedade de lojas em um único lugar”, avalia o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

Saldando dívidas

Os dados do estudo mostram que sete em cada dez brasileiros (73%) devem ir às lojas neste ano comprar presentes de Natal. Ao cruzar estes dados com a classe social dos entrevistados, temos que as faixas A e B devem comprar mais (85%) do que as C e D (65%). “As recentes pesquisas do SPC Brasil revelam que a inadimplência é mais frequente nas classes C e D. A menor intenção de compra entre estes consumidores revela pessoas mais comprometidas em saldar as próprias dívidas do que consumir, o que é muito positivo”, analisa a economista do SPC Brasil Ana Paula Bastos.

Entre aqueles que não vão presentear (25%) neste Natal, as justificativas mais comuns foram a falta de dinheiro (32%), não ter por hábito dar presentes (23%), motivos pessoais como distância e problemas de saúde (21%), desemprego (7%) e endividamento (7%).

A maioria (73%) dos consumidores disse que iria gastar, em média, até R$ 100 por compra. O tíquete médio deve ser de R$ 83. Em 72% dos casos, os produtos serão pagos a vista, em dinheiro ou no cartão de débito.

Em cima da hora

O estudo também revelou que os brasileiros vão deixar para fazer as compras em cima da hora. Segundo os consumidores entrevistados, 25% se anteciparam e já compraram o presente de Natal. No entanto, a maioria (69%) vai deixar para ir atrás do agrado de final de ano neste mês de dezembro. 2% vão deixar para presentear depois do período natalino e, assim, aproveitar as tradicionais liquidações de janeiro.

A pesquisa SPC Brasil aponta que quatro em cada dez brasileiros (41%) devem participar de algum amigo oculto, seja com amigos, com a família ou no ambiente de trabalho. “Este cenário é refletido no varejo pelo número de presentes que os consumidores compram, já que envolve uma quantidade maior de pessoas a se presentear”, explica o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

Expectativas dos varejistas

A pesquisa também ouviu empresários do varejo para sondar as expectativas dos lojistas para as vendas de fim de ano. Os números mostram que o setor está confiante no cenário econômico nacional e espera que os resultados neste fim de ano superem o obtido em 2011. Para 66% dos comerciantes, as vendas em dezembro serão melhores do que as do ano passado. Dos entrevistados, 38% acreditam que o crescimento será de até 10%. 31% estão bem mais otimistas e esperam vendas até 20% maiores. Já 22% dos varejistas têm expectativa de vendas em 2012 iguais as de 2011. A minoria, 10%, está pessimista e conta com resultado pior que o ano passado.

O principal motivo para tanto otimismo no comércio, de acordo com os próprios empresários entrevistados, é a melhor qualidade e variedade de produtos (34%). Em segundo lugar vem os produtos com preços menores (15%), seguido pela maior renda do brasileiro (9%) e pelo aumento da oferta de crédito (8%).

Na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Jr, o período natalino é característico por beneficiar praticamente todos os segmentos da economia, de maneira homogênea. "O consumidor injeta dinheiro das formas mais variadas possíveis. Ele pode comprar uma roupa nova, quitar dívidas, revisar o carro da garagem, dar um vinho de presente e até começar uma reforma. Assim, todas as engrenagens giram para fazer a máquina econômica funcionar", afirma Pellizzaro Jr.