Estudo da CNI mostra que as maiores quedas foram registradas nos setores farmoquímico e farmacêutico e de petróleo e biocombustíveis. O Coeficiente de Exportação ficou estável em 18% no terceiro trimestre
Depois de 10 trimestres consecutivos de alta, a participação de produtos industriais importados no consumo dos brasileiros caiu para 22,1% no terceiro trimestre deste ano. A queda foi de 0,2 ponto percentual em relação ao segundo trimestre, informa o estudo Coeficientes de Abertura Comercial, divulgado nesta quinta-feira, 13, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Apesar das medidas de estímulo à indústria brasileira adotadas pelo governo, o economista da CNI Marcelo Azevedo destaca que não é possível afirmar ainda que as importações continuarão caindo. "Enquanto os mercados desenvolvidos estiverem em baixa, a produção dos países asiáticos serão desviadas para economias em crescimento como a brasileira", explica Azevedo.
Dos 27 setores avaliados pelo estudo, 12 importaram menos que no trimestre anterior. As indústrias de petróleo e biocombustíveis e as de farmoquímicos e farmacêuticos foram as que tiveram as maiores quedas. No setor de petróleo e biocombustíveis, a queda foi de 2,4 pontos percentuais. No de farmoquímicos e farmacêuticos, a retração foi de 0,7 ponto porcentual.
"Nos setores em que se registram quedas, as variações podem ser atribuídas à alta na taxa de câmbio ocorrida no início do ano e às medidas adotadas pelo governo para a desoneração dos setores industriais", explica o estudo feito em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).
As exportações da indústria em relação ao total da produção se mantiveram em 18% no terceiro trimestre. Conforme o estudo, a estabilidade do Coeficiente de Exportação também é resultado das medidas de desoneração da folha de pagamento de alguns setores e à desvalorização do real desde o início do ano. O Coeficiente de Exportações, porém, ainda está bem abaixo da máxima histórica de 20,7% registrada no segundo trimestre de 2007. "O mercado lá fora está muito ruim, por isso as exportações não decolam", avalia Azevedo.
A maioria dos setores da indústria de transformação aumentou as exportações no terceiro semestre de 2012 em relação período imediatamente anterior. Os que mais ampliaram as vendas ao exterior foram o de fumo, couros e calçados e máquinas e materiais elétricos.
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