Para CNC, alta nas vendas do varejo em outubro não sinaliza recuperação para os próximos meses
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(Fotos: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Crescimento registrado pelo IBGE interrompe sequência de quedas mensais. Apesar disso, Confederação mantém expectativa quanto ao pior resultado anual do setor ao final ano
Primeiro resultado positivo desde fevereiro, o volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,6% na passagem de setembro para outubro na série livre de influências sazonais. É o que mostra a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (16) pelo IBGE.
A alta em outubro foi particularmente impulsionada pelos segmentos de farmácias e perfumarias (+1,5%), vestuário (+1,9%) e principalmente hiper e supermercados (+2,0%) - este último responde, em média, por quase 40% da movimentação anual do varejo brasileiro no conceito restrito. No conceito ampliado, no entanto, o resultado de -0,1% foi puxado pela queda de 2,9% nas vendas de materiais de construção.
A ausência de fatores que permitam suavizar a crise do setor e a percepção de que o mercado de trabalho, lastro do consumo no País, deverá continuar a apresentar sinais de deterioração nos próximos meses levaram a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a manter perspectiva negativa para o setor nos próximos meses. A expectativa da entidade para o volume de vendas em 2015 foi revisada para -4,1%. Se confirmado, esse seria o pior resultado anual do setor desde o início dos levantamentos do IBGE, há 15 anos. O ano mais fraco até então foi 2003 (-3,7%). No conceito ampliado, a CNC espera queda de 7,5% e entende que o ano de 2015 já garantiu os piores resultados da série histórica, iniciada em 2004. Para o próximo ano, as expectativas também foram ajustadas para baixo em ambos os conceitos da pesquisa (-3,7% e -5,8%, respectivamente).
"O resultado de outubro não aponta para uma tendência de recuperação do volume de vendas nos próximos meses. Primeiramente porque a inflação de diversos itens de alimentação renovou o fôlego em novembro. Além disso, pelo segundo mês seguido todos os dez segmentos pesquisados voltaram a registrar quedas nessa base comparativa - algo inédito em 15 anos da pesquisa. O recuo de 5,6% em relação a outubro de 2014 intensificou, portanto, as perdas do setor, que, na média de 2015, alcançam -3,6%", aponta Fabio Bentes, economista da Confederação.
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