?Negócio Certo Rural' - programa gratuito e inédito criado pelo Sebrae de Santa Catarina, em parceria com o Senar, que atenderá 50 turmas, formando 1.500 jovens empreendedores rurais
Mais uma vez, uma criação pedagógica e instrucional genuinamente catarinense se torna um modelo nacional. NEGÓCIO CERTO RURAL, um programa gratuito e inédito criado pelo Sebrae de Santa Catarina, em parceria com o Senar, foi lançado nesta sexta-feira, no parque de exposições da Efapi, em Chapecó. O objetivo é formar empreendedores rurais, provocar inovações no campo e qualificar os jovens a repensar as atividades econômicas ligadas ao meio rural para prospectar e alavancar novos negócios.
No horizonte de um ano, o programa atenderá 50 turmas em comunidades rurais de todo Estado, mas principalmente no oeste, formando 1.500 jovens empreendedores rurais. Sebrae e Senar investirão 630 mil reais - 315 mil reais cada um – na implementação das ações instrucionais e pedagógicas. A primeira turma iniciou o curso nesta semana, em Águas de Chapecó.
A solenidade de lançamento teve a presença de uma centena de microempresários, do presidente do Conselho Deliberativo, José Zeferino Pedrozo, do diretor superintendente Carlos Guilherme Zigelli e do diretor técnico Anacleto Ângelo Ortigara, além do superintendente do Senar, Gilmar Zanluchi e do secretário de desenvolvimento econômico de Chapecó, Américo do Nascimento Júnior.
Depois de criar os programas De olho na qualidade e Qualidade total rural, que formaram mais de 10 mil famílias e foram adotados na esfera nacional, o Sebrae de Santa Catarina baseou-se no programa Negócio Certo, voltado para a área urbana e que formou 80.000 pessoas no país, para criar o Negócio certo rural. “O Negócio Certo Rural surgiu da percepção de que a versão urbana do já consolidado Programa de autoatendimento Negócio Certo, poderia receber uma nova roupagem e metodologia e com isso propiciar ao meio rural os mesmos resultados já alcançados em cinco anos de aplicação em Santa Catarina e no país”, explica o gerente de comunicação com o mercado, Spyros Diamantaras.
Uma base instrucional muito sólida alicerça o programa em forma de 36 horas de treinamento em sala de aula e mais 80 horas de consultoria na propriedade rural. O curso está organizado em cinco módulos que inclui a definição de uma idéia de negócio, o estudo de viabilidade, a formalização do negócio, estruturação e busca de mercado, a conquista e retenção de clientes. A metodologia adotada e os recursos pedagógicos selecionados estão sintonizados com as características do universo rural
As diferentes etapas são ministradas quinzenalmente e, intercalando cada uma delas, os participantes receberão consultoria individual dos técnicos do Sebrae. Os conteúdos estão disponíveis em material impresso, pela internet ou em CD ROM. O Sebrae e o Senar esperam atingir dois objetivos: orientar o participante a identificar uma idéia de negócio na propriedade rural e a administrar de forma mais organizada a atual atividade empresarial realizada na propriedade rural.
OTIMISMO
Spyros realça que, ao final do treinamento, os participantes terão a capacidade de gerar uma ideia de negócio, verificar se ela é viável ou não, saber qual a melhor forma de formalizar ou legalizar o negócio, possuir controles financeiros e por fim, aprender a vender, ou seja, atrair e manter clientes.
O diretor técnico Anacleto Ortigara identifica nesse instrumento um elemento de fixação dos jovens no meio rural. As atividades vinculadas ao setor primário da economia – basicamente agricultura e pecuária – estão retomando crescimento depois da aguda crise financeira internacional e, por isso, surgirão novas demandas mundiais de alimentos. “Faltava um meio de motivar os jovens para descobrir os empreendimentos viáveis que estão ao seu alcance”, assinala, lembrando que existem centenas de oportunidades esperando para serem descobertas em áreas como fruticultura, floricultura, mel, piscicultura, pequena agroindústria artesanal etc.
O Sebrae ficou otimista depois da formação de duas turmas-piloto em 2008, uma em Pinhalzinho e, outra, em São Lourenço do Oeste, ambas formadas por 30 produtores e filhos de produtores rurais do oeste catarinense, com idade entre 16 a 35 anos. A pesquisa mostrou que 70% aperfeiçoaram seu negócio e 30% criaram novos negócios. “É o mais elevado índice de resultado”, comemora Anacleto Ortigara, lembrando que o jovem rural é empreendedor por natureza.
Exemplos de empreendedorismo são os produtores rurais Sadir Boita (39 anos) e Adilson Cunico (24 anos), de linha São Marcos, município de Novo Horizonte: eles participaram do curso-piloto em São Lourenço do Oeste e ingressaram em novo negócio, a criação de cabrito para produção de carne.
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