Radioagência NP
Nove ministérios querem derrubar uma regra do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Representantes dos ministérios apresentaram uma carta à Casa Civil para anular a instrução normativa sobre a compensação para termoelétricas. A instrução obriga as novas termoelétricas movidas a carvão e a óleo a compensarem a poluição que elas geram. Apenas o Ministério do Meio Ambiente não assinou a carta.
Com a regra, ao emitir gás carbônico (CO2) na atmosfera, as usinas devem “compensar” o meio ambiente, através de investimentos em energias renováveis e do plantio de árvores.
O coordenador de energias renováveis da Organização Não-Governamental (ONG) Greenpeace, Ricardo Baitelo, lamentou a atitude dos ministérios. Ele lembrou que a iniciativa do Ibama surgiu por conta dos últimos leilões de energia. Muitas usinas termoelétricas foram aprovadas, o que vai fazer com que aumente as emissões de CO2 na atmosfera. Baitelo ressaltou o caráter positivo da regra de compensação.
“É uma tentativa de coibir esse crescimento das termoelétricas e agora com a possível mudança, a invalidação dela [da instrução], tenhamos uma continuidade na implantação de termoelétricas nos próximos anos. Seria extremamente prejudicial para o meio ambiente por conta das emissões [de CO2].”
Baitelo concorda que a instrução deveria ser melhorada. Mas, é contra a tentativa dos ministérios de querer revogá-la sem propor uma nova regra. Para ele, atitudes como esta revelam que o meio ambiente fica em segundo plano no governo.
De São Paulo, da Radioagência NP, Desirèe Luíse
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