Baixa nos valores das contas de energia ajudou na queda do IPCA

A inflação oficial do país desacelerou em fevereiro e a energia ficou mais barata. Mas apesar do arrefecimento em relação a janeiro, a inflação acumulada dos últimos 12 meses voltou a se acelerar, ficando próxima do teto da meta de inflação do Banco Central (6,5%).

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação, variou 0,60% em fevereiro, 0,26 pontos percentuais abaixo da variação registrada em janeiro (0,86%). Na comparação com fevereiro do ano passado, o índice teve aumento de 0,15 pontos percentuais. No acumulado de 2013, marcou 1,47%. O acumulado de 12 meses ficou em 6,31%, maior do que o acumulado de 12 meses apresentado em janeiro (6,15%).

A energia elétrica ficou 15,17% mais barata. Representando um peso de 3,18%, possibilitou a queda de 0,48 pontos percentuais no IPCA. Contando com a queda de 3,91% no preço da energia em janeiro, as contas de energia elétrica passaram a custar 18,49% menos neste ano. Também contribuiu para baixar o índice o setor de habitação, que a despeito da alta dos aluguéis (2,26%) e do condomínio (1,33%), teve queda de 2,38%.

Na tendência contrária, o destaque está com o setor da educação que teve aumento de 5,40%, contribuindo com 0,24 pontos percentuais no IPCA, muito em função do reajuste das matrículas e das mensalidades das escolas. Gasolina também teve forte variação positiva (4,10%), acrescendo 0,16 pontos percentuais no índice, resultado do reajuste de 6,60% do preço nas refinarias. Etanol e óleo diesel também tiveram alta de, respectivamente, 2,16% e 3,72%.

Combustíveis (3,64%), tarifas de ônibus (0,62%) e automóveis novos (0,59%) compõem a alta de 0,81% nos transportes, ante 0,75% registrada em janeiro, mesmo com a queda expressiva do preço das passagens aéreas (9,98%).

O INPC variou 0,52% em fevereiro, 0,42 pontos percentuais abaixo da variação registrada em janeiro (0,96). No acumulado de 2013 marcou 1,44%. O acumulado de 12 meses ficou em 6,77%, maior do que o acumulado do ano apresentado em janeiro (6,63%).

Com tais estatísticas, fica cada vez mais difícil o BC manter a taxa de juros no atual patamar reduzido, fato muito preocupante, já que o juro baixo é condição necessária para uma recuperação do investimento no país.