O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) apresentou queda de 5,3% em fevereiro, na comparação com janeiro deste ano, caindo para a casa dos 121,3 pontos, em Santa Catarina. O índice continua expressando um otimismo dos empresários do comércio em termos gerais. Mas as incertezas com relação ao futuro da economia brasileira continuam puxando os números para baixo, como já havia sido observado em janeiro.

O Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) apresentou variação negativa na pesquisa realizada em fevereiro. Foram 7,8% de queda na variação mensal. O índice saiu dos 105,4 pontos em janeiro para os atuais 97,2 pontos, o que exprime um pessimismo do empresário catarinense com relação ao momento da atividade no comércio.

A queda do Icaec é fortemente explicada pelo expressivo resultado negativo da percepção dos empresários do comércio sobre as condições atuais da economia brasileira, representado pelo subíndice CAE (Condições Atuais da Economia). O CAE apresentou variação negativa de 9,5%, passando de 93,1 pontos em janeiro para 84,2 pontos em fevereiro. O resultado indica que o empresário do comércio está ainda mais pessimista com relação ao momento da economia.

Já o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) caiu 1,6% na comparação mensal com janeiro (de 156,3 pontos para 153,8 pontos), o que indica que a confiança do empresário do comércio nas possibilidades de venda permanece muito positiva.

Os subíndices Expectativas da Economia Brasileira (EEB), Expectativa do Comércio (EC) e Expectativa das Empresas Comerciais (EEC), em consonância com o IEEC, apresentam-se acima da barreira dos 100 pontos. O EEB apresentou em janeiro 146,1 pontos e, em fevereiro, passou para 145,3 pontos – variação negativa de 0,6%. O EC variou negativamente 1,7%, de 153,7 pontos para 151,0 pontos. E o EEC passou de 169,1 pontos em janeiro para 165,2 pontos em fevereiro (2,3 % de variação negativa).

Como já foi observado, tanto o índice quanto os subíndices apresentam pontos absolutos muito acima do limiar entre o otimismo e o pessimismo – 100 pontos. Ou seja, a expectativa do empresariado do comércio sobre a economia, o setor do comércio e as suas próprias empresas é muito positiva, há um forte otimismo com relação ao desempenho da economia brasileira nos próximos períodos, mesmo tendo em consideração as expressivas quedas relativas a janeiro, fortemente influenciadas por uma percepção negativa sobre o momento da economia brasileira.

O IIEC - Índice de Investimento do Empresário do Comércio apresentou expressiva queda. De 122,4 pontos, o índice foi para 112,9 pontos (menos 7,8 %). Este resultado indica que os empresários catarinenses mantêm uma percepção muito positiva com relação aos investimentos no setor, a despeito da forte queda do índice no mês.

O subíndice Nível de Investimento da Empresa (NIE) apresentou variação negativa de 4%, passando de 126,7 pontos em janeiro para 121 em fevereiro. Na mesma tendência, o SAE (índice que mede a percepção dos empresários com relação à Situação Atual dos Estoques) apresentou variação negativa de 6%, atingindo 102 pontos. O subíndices de contratação de funcionários (IC) também sofreu forte queda e marcou 115,7 pontos. A variação negativa do IC foi expressiva: 12,6%.

A queda do IIEC foi provocada pelo momento de arrefecimento dos gastos das famílias e pelas incertezas que emergem do momento atual da economia brasileira. No entanto, o índice permanece demonstrando que há otimismo entre os empresários catarinenses com relação aos níveis dos estoques, ao investimento e à contratação de funcionários.

Conclusão
O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio catarinense (ICEC) mostrou que há um otimismo com relação ao futuro da economia, apesar de considerarem o momento atual da economia brasileira preocupante. Numa análise setorizada e dividida entre empresas que comercializam mercadorias semiduráveis, duráveis e não duráveis, observamos o mesmo cenário de otimismo cauteloso, isso em razão da incerteza gerada pela percepção das condições atuais da economia.

O setor de duráveis é aquele em que os empresários do comércio catarinense estão mais otimistas (126,5 pontos), seguido de perto pelo otimismo dos empresários do setor de não duráveis (120 pontos) e do setor de semiduráveis (118,3 pontos), todos apresentando expressivas quedas na comparação com janeiro. A pesquisa também mostrou que a confiança dos empresários do comércio é maior entre aqueles que têm mais de 50 empregados.

O quadro atual da economia brasileira, marcado por incertezas, baixo crescimento, inflação preocupante e redução dos gastos das famílias, tem provocado nos empresários do comércio catarinense cautela com relação à percepção que têm a respeito das possibilidades de crescimento do país e, por extensão, do crescimento da atividade do comércio. O otimismo segue atrelado nas condições atuais da economia, tendo em vista as possibilidades futuras de crescimento econômico.