Apesar da desaceleração, mais de 62 milhões de brasileiros estão no vermelho. Dívida média é de pouco mais de R$ 3,2 mil

Uma pesquisa nacional apontou que o crescimento da inadimplência do consumidor no primeiro semestre foi de 0,9%. O valor é positivo se comparado com o avanço registrado em 2018, de 3,6%. A dívida média de cada inadimplente em junho foi de R$ 3252,70. 

Na comparação mensal, de junho de 2019 com junho de 2018, houve alta de 1,7%. É o menor avanço na base anual de comparação desde dezembro de 2017, quando registrou 1,3%. Os dados são da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). 

Apesar da desaceleração da inadimplência, o número absoluto de brasileiros com o nome sujo ainda é muito alto. Segundo a pesquisa, são 62,2 milhões de pessoas nessa situação, o que representa 41% da população adulta. A maioria está na faixa dos 30 anos. 

"O ano de 2019 vem frustrando as expectativas de que haveria uma consolidação no processo de retomada econômica com reflexo positivo no dia a dia dos consumidores. Embora os juros estejam menores e a inflação dentro da meta, o desemprego ainda é elevado e acaba reduzindo tanto a capacidade de pagamento das famílias", disse o presidente da CNDL, José Cesar da Costa. 

A falta de pagamento para despesas básicas como contas de água e luz foram as que mais cresceram em junho, com alta de 17,2%. As dívidas com instituições financeiras, como cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos tiveram alta de 2,7%. Compras em carnê ou crediário caíram 5,2%.

Mais da metade das dívidas pendentes (53%) de pessoas físicas no país têm como credor algum banco ou instituição financeira. A segunda maior representatividade fica por conta do comércio, que concentra 17% do total de dívidas não pagas, seguido pelo setor de comunicação (11%). Os débitos com as empresas concessionárias de serviços básicos como água e luz representam 10%.