Governo do Estado afirma que SC continua habilitada a exportar carne de frango para Arábia Saudita
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(Fotos: Agência Brasil)
Representantes da Associação Catarinense de Avicultura, entretanto, participam de reunião nesta quarta-feira em SP para discutir a situação
A terça-feira (22) foi marcada pelo desencontro de informações a respeito da suspensão das exportações para a Arábia Saudita da carne de frango produzida no Brasil, o que agitou o setor e causou apreensão entre os produtores. As informações foram inicialmente publicadas pelo jornal Folha de São Paulo e davam conta de que a Arábia Saudita havia descredenciado cinco frigoríficos brasileiros. As medidas afetariam plantas industriais das gigantes JBS e BRF em Santa Catarina. Mais cedo, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), após uma reunião com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), chegou a confirmar que a JBS e a BRF estavam entre as unidades descredenciadas para embarque da proteína de frango.
Já no final da tarde desta terça, a Secretaria de Estado da Agricultura publicou uma nota afirmando Santa Catarina mantém as cinco plantas habilitadas: Seara de Itaiópolis, Itapiranga e Ipumirim, as três do grupo JBS, e as unidades da BRF em Videira e Capinzal. Entretanto, na mesma nota, consta também a afirmação de que "ainda não há informações sobre plantas catarinenses impedidas de exportar".
Em trecho do texto publicado, o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Ricardo de Gouvêa, afirma Santa Catarina foi o Estado precursor nas exportações para a Arábia Saudita e tem uma forte tradição no fornecimento de carne de frango para o mundo árabe. "As suspensões possuem critérios técnicos e o país fará o possível para atender as exigências do serviço sanitário da Arábia Saudita. É importante lembrar que ainda não temos informações sobre plantas frigoríficas catarinenses impedidas de exportar", destaca.
Durante o dia, houve especulações de que a suspensão seria uma resposta árabe à intenção do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de transferir a embaixada brasileira de Israel para Jerusalém, e que a medida seria o início das barreiras econômicas contra o Brasil. A ABPA nega que o motivo seja esse e afirma que a não-autorização das outras plantas frigoríficas, que estavam habilitadas até o ano passado, é explicada por critérios técnicos. "Planos de ação corretiva estão em implementação para a retomada das autorizações", diz a entidade por meio de nota.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) deverá se reunir nesta quarta-feira (23), em São Paulo, com representantes da indústria frigorífica e de entidades do agronegócio, entre elas a Associação Catarinense de Avicultura (Acav), para conhecer em detalhes a motivação da Arábia Saudita em suspender a compra de produtos de algumas plantas brasileiras de processamento de aves.
A expectativa é de que no decorrer do dia desta quarta-feira a situação seja esclarecida.
Confira abaixo a íntegra da nota publicada pela Secretaria de Agricultura de SC
Santa Catarina tem cinco plantas frigoríficas habilitadas a exportar carne de frango para Arábia Saudita. Esta semana, o serviço sanitário da Arábia Saudita divulgou a nova relação de estabelecimentos brasileiros autorizados a vender o produto para aquele país. Ao todo, são 25 empreendimentos do Brasil habilitados, cinco a menos do que em 2018.
A aprovação foi resultante de missão técnica da Arábia Saudita enviada ao Brasil em outubro de 2018. Na ocasião, foram visitados frigoríficos, fazendas e fábricas de ração em todo o país. Santa Catarina mantém cinco plantas habilitadas: Seara de Itaiópolis, BRF de Capinzal, Seara de Itapiranga, Seara de Ipumirim e BRF de Videira. Ainda não há informações sobre plantas catarinenses impedidas de exportar.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Ricardo de Gouvêa, Santa Catarina foi o estado precursor nas exportações para a Arábia Saudita e tem uma forte tradição no fornecimento de carne de frango para o mundo árabe. "As suspensões possuem critérios técnicos e o país fará o possível para atender as exigências do serviço sanitário da Arábia Saudita. É importante lembrar que ainda não temos informações sobre plantas frigoríficas catarinenses impedidas de exportar", destaca.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a não-autorização das outras plantas frigoríficas, que estavam habilitadas até o ano passado, é explicada por critérios técnicos. Planos de ação corretiva estão em implementação para a retomada das autorizações.
Exportações catarinenses para Arábia Saudita
A carne de frango é o principal produto da pauta de exportações catarinense. Em 2018 foram mais de 1 milhão de toneladas embarcadas para mais de 135 países - gerando receitas de $ 1,8 bilhão de dólares.
A Arábia Saudita foi o terceiro maior comprador da carne de frango produzida em Santa Catarina em 2018. O estado embarcou 113,7 mil toneladas do produto com destino ao mercado árabe, faturando mais de US$ 183,4 milhões, um aumento de 40% nas receitas em comparação com o ano anterior. Santa Catarina é responsável por 23,37% de toda exportação brasileira de carne de frango para Arábia Saudita.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os 25 empreendimentos brasileiros habilitados a exportar carne de frango para Arábia Saudita já respondiam por 63% do volume embarcado com destino ao país.
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