Geração de empregos no comércio tem o pior semestre desde 2007
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(Fotos: aconteceempetropolis.com.br)
Confederação Nacional do Comércio analisa fechamento de 1.816 vagas de trabalho, de janeiro a junho deste ano
A desaceleração nas vendas do comércio, que bateu forte no varejo, especialmente na época da Copa, teve impacto negativo no emprego do setor. De janeiro a junho, as lojas mais demitiram do que contrataram em todo o País. E o cenário ruim deve persistir até o final do ano, conforme previsão do setor. O primeiro semestre fechou com um saldo de vagas formais negativo em 83,6 mil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
"Não foi só a indústria que demitiu mais do que contratou nos últimos meses, mas o comércio também. O varejo está devendo bastante: 83,6 mil vagas. Foi o pior resultado do saldo de postos de trabalho do setor desde 2007 para um 1º semestre", observa Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Santa Catarina vive o mesmo cenário nacional, o comércio no Estado, no primeiro semestre do ano, fechou 1.816 vagas. O resultado vem se deteriorando ano a ano: em 2013, haviam sido fechadas 558 vagas e, em 2012, haviam sido criadas 208. O fenômeno tem relação com a desaceleração das vendas do varejo, que chegavam a crescer até 8% ao ano no início de 2013 e, mês a mês, caíram até o resultado de hoje: crescimento de apenas 3,6% ao ano - segundo dados do IBGE. Neste contexto, com vendas menores e custos elevados, muito em função da baixa produtividade e dos elevados salários da mão de obra do setor, as empresas estão optando por fechar vagas, ou seja, apontando para um cenário de deterioração da economia nacional e estadual.
Correlação
Uma análise feita por Bentes, da CNC, a partir do resultado de vendas no varejo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o saldo da geração de empregos no comércio apontado pelo Caged, mostra que há uma correlação entre o saldo de vagas no comércio e as vendas. Entre dezembro de 2013 e maio deste ano, o último dado disponível, o volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, caiu 0,4%, No mesmo período de 2013, houve crescimento de 1,1%. Já o saldo líquido de vagas formais no varejo piorou. No 1º semestre de 2013 estava negativo em 70,9 mil postos e neste ano a retração foi de 83,6 mil vagas.
"De 10 segmentos do comércio pesquisados pelo IBGE, as vendas e os saldos de postos de trabalho pioraram em quase todos", observa Bentes. Ele ressalta que o setor de vestuário, que registrou queda de 3,8% no volume de vendas este ano na comparação com 2013, foi responsável por quase 90% do saldo negativo de vagas como um todo. Fechou o 1º semestre com saldo negativo de 73,9 mil.
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