Integrantes do Fórum Industrial Sul apresentaram propostas de viabilidade para aumento na oferta do produto.

Integrantes do Fórum Industrial Sul estiveram reunidos na sede da Fiesc, em Florianópolis, para debater as demandas da região em relação ao fornecimento de gás natural. O Fórum trata de projetos considerados prioritários para o setor produtivo, dando encaminhamentos junto ao governo e a diversas entidades. Atualmente, estão em pauta três questões principais: Infraestrutura física de logística, reinserção do carvão mineral na matriz energética, e o tema do encontro desta quarta-feira (6), ou seja, o abastecimento de gás natural. O grupo é composto por representantes da Federação da Indústria de Santa Catarina (Fiesc), do Rio Grande do Sul (Fiergs) e do Paraná (Fiep).

De acordo com informações do presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, a região Sul do País não estaria contemplada no Plano de Investimentos do governo federal na ampliação da oferta de Gás Natural (GN), sob a alegação da inexistência de demanda. Com base nisso, o Fórum Industrial Sul encomendou um estudo que aponta a necessidade de ampliar o abastecimento de GN em Santa Catarina, no Paraná e no Rio Grande do Sul. O levantamento será apresentado aos dirigentes federais, e a expectativa é de que o Plano de Investimentos seja reconsiderado. O presidente da entidade avalia que é preciso uma mudança de gestão no controle do abastecimento, feito pela Petrobras. “Nunca tivemos uma posição concreta, nos dando a certeza de que seriam feitos investimentos no abastecimento de Gás Natural”, disse Côrte.

SCGás

Em entrevista à Agência Adjori de Jornalismo, o presidente da SCGás, Cósme Polêse, afirmou que a empresa vem apresentado ao Ministério de Minas e Energia, novas alternativas para o aumento na oferta de GN. Uma delas, é a construção de um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) em São Francisco do Sul, que receberia gás em estado líquido e o transformaria em gasoso, num processo de regaseificação, rendendo aproximadamente 600 vezes a quantidade original. Conforme Polêse, o ministro Edison Lobão se mostrou receptivo a medida.

Segundo o presidente da SCGás, o terminal levaria cerca de 4 anos para ser construído. Prazo que pode ser menor, caso as vias de passagem do material sejam construídas em paralelo ao oleoduto já existente naquela região. A expectativa é de que o projeto possa ser incluído já no próximo Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte (PEMAT). O investimento é de aproximadamente R$ 1 bilhão.

Polêse destacou que o país vizinho Uruguai já iniciou a construção de um terminal GNL. Para abastecer a unidade, cada carga do produto, transportada por meio de navios, custa o equivalente a R$ 50 milhões. O presidente revela que algumas tratativas já estariam sendo feitas para repartir o fornecimento entre os dois países, tendo em vista o valor elevado do produto.

Indústria catarinense

A Fiesc também se mostra favorável à ampliação da capacidade do gasoduto já existente, com fornecimento de mais gás a partir de um terminal GNL. Conforme a Federação, na região Sul, Santa Catarina registra a maior utilização de gás. No total, são consumidos 3,25 milhões de metros cúbicos diariamente. Desse valor, 47% é usado pelas indústrias catarinenses. Já no Brasil o consumo é de 85 milhões de metros cúbicos por dia, sendo que o setor industrial utiliza metade do volume. Em 12 anos, o consumo de gás natural dobrou nas indústrias brasileiras.