Maioria das empresas catarinenses que exportam deverá encerrar o ano com até 10% de aumento nos embarques.

A Agência Adjori de Jornalismo acompanhou na tarde desta segunda-feira (21), o lançamento da Análise do Comércio Internacional Catarinense 2014, elaborada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). O estudo foi apresentado durante seminário realizado em Florianópolis, e aponta que a maioria das empresas catarinenses que exportam produtos deverá encerrar o ano de 2014 com até 10% de aumento nos embarques.  Esta elevação, no entanto, será limitada pelos baixos preços internacionais de sete dos dez principais itens da pauta de exportações do Estado.
 

Conforme o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, o estudo faz parte do Programa de melhoria da internacionalização das empresas catarinenses, o Start Export, que auxilia as empresas a exportarem a produção. Côrte destaca também que a entidade realiza missões empresarias e mantém o portal Business & Investments, que fornece informações aos investidores sobre as oportunidades de negócios no Estado. “Santa Catarina tem forte vocação para o comércio exterior, e a Fiesc tem o papel de disseminar informações e facilitar a ida e a presença dos industriais e dos produtos catarinenses no exterior”. O presidente destaca ainda que o foco está voltado principalmente para as médias empresas, que, segundo ele, estão investindo cada vez mais em inovação e tecnologia, visando o mercado internacional.
 

A publicação Análise do Comércio Internacional Catarinense 2014, aponta os segmentos mais promissores, que receberão atenção maior da Fiesc. O levantamento está estruturado em três eixos principais: diversificação e agregação de valor dos produtos exportados, inteligência comercial e competitiva, e fomento regional, integrando o plano de ampliação das exportações. No estudo, 16 segmentos foram apontados como de grande potencial econômico. O planejamento de ações para cada um deles, localizados em diferentes regiões do Estado, será aprofundado pela Federação, no intuito de aprimorar o mapa estratégico do comércio exterior catarinense.

 

Entenda os números

Segundo o levantamento, que contou com a participação de 106 empresas ligadas ao comércio exterior no Estado, o crescimento nos embarques será de:

até 10% de aumento para 36,8% dos entrevistados;

de 11% a 30% para 22,8%;

de 31% a 50% para 7%;

e superior a 50% para 5,3% das entrevistados;

Para 24,6%, está prevista a estabilidade das vendas, enquanto 3,5% preveem redução.

Os preços começaram 2014 em baixa, após forte redução no ano passado. As maiores quedas foram registradas na carne suína, que recuou 19%, e no compressor de ar, que encerrou o ano passado com valor 17% menor.

 

Previsão positiva

A previsão é de aceleração do comércio internacional em 2015. Os motivos apontados são o começo do fim da recessão na Zona do Euro, a continuidade da retomada dos Estados Unidos e uma aceleração na atividade econômica na Índia e na Rússia. A China, por sua vez, deve estabilizar seu crescimento.

Infraestrutura e burocracia pesam: durante o encontro, a gerente-executiva de negócios internacionais da CNI, Soraya Rosar, disse que os principais entraves às exportações brasileiras são a infraestrutura para transportar as mercadorias e a burocracia para fazer os despachos aduaneiros. "Isso tem um peso para as exportações e tem piorado. As condições das rodovias são péssimas. As ferrovias são inexistentes. Os portos ainda têm sérios problemas, apesar das legislações aprovadas nos últimos anos para melhorar os investimentos, que levam anos para serem feitos", disse.


Para Soraya, a infraestrutura dos países concorrentes é melhor, por isso, há produtos de outros lugares que chegam ao Brasil a preços mais competitivos que os fabricados aqui. Apesar desses entraves, ela ressaltou que Santa Catarina está a frente, e que o Estado é considerado um case de sucesso no setor industrial.