'Os juros elevados não podem ser comemorados pelo setor produtivo, pois dificultam a saída do País do baixo crescimento'

A Fecomércio-SC considera que não houve surpresa na decisão do Copom pela manutenção da taxa básica de juros em 11%, já que o cenário inflacionário do país é preocupante e necessita de atenção. Entretanto, esta manutenção dos juros elevados, apesar de previsível, não pode ser comemorada pelo setor produtivo, já que onera o investimento, dificultando ainda mais a saída do país do patamar de baixo crescimento que se encontra.

Soma-se a isso o fato de que a resposta dos preços à taxa de juros elevada está se dando de maneira muita lenta. Em contrapartida, a queda no volume de vendas do comércio e nos níveis de produção da indústria já foi atingindo. Para a Fecomércio, a adoção de outras medidas, como um verdadeiro ajuste fiscal e uma subsequente reforma tributária, seriam muito mais efetivos para combater ambos os problemas: baixo crescimento e inflação.

Para a Federação, alguns fatores explicam essa manutenção. O primeiro deles é a amenização do cenário de instabilidade do início do ano. Contribuiu para isso a acomodação do câmbio, com o dólar orbitando ao redor de R$ 2,23. O segundo deles é a constante revisão para baixo do crescimento do PIB, fazendo com que as projeções da inflação também se reduzam. E o terceiro fator deriva do cenário externo, pois agora existe a certeza que as taxas de juros norte-americanas não se elevarão tão cedo.

Para os próximos meses, a expectativa é que o Banco Central continue monitorando os níveis de preço do país e não se descarta a possibilidade de novos aumentos, visto que em seu comunicado o termo “neste momento” voltou a aparecer.