Aneel autorizou a Celesc a aumentar conta de energia. Novo índice passa a valer nesta quinta-feira, dia 7

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisou o pedido da distribuidora Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (Celesc) nesta terça-feira (5) pela manhã e decidiu por aplicar um aumento de 22,47% na conta de energia para residências. O aumento médio será de 22,62%. No mês passado, a distribuidora catarinense havia pedido um reajuste de 20,49%. O novo índice começa a valer a partir desta quinta-feira (07). A decisão foi divulgada durante audiência realizada por diretores técnicos da agência reguladora, em Brasília.

Para a Federação do Comércio de Bens e Serviços de Santa Catarina (Fecomércio SC), os atuais reajustes são indispensáveis para sanar a situação das distribuidoras como a Celesc. Entretanto, a entidade faz uma crítica em relação à demora na conclusão das grandes obras de aumento da capacidade energética nacional, como é o caso de Belo Monte. A Federação avalia que, se as obras, juntamente com todo o restante envolvendo a infraestrutura nacional, estivessem finalizadas, o paradigma de custos e a competitividade brasileira seriam beneficiados.

Desde 2010, quando a Aneel passou a permitir que a distribuidoras entregassem um pleito para reajuste de tarifas, é a primeira vez que a agência reguladora aplica um aumento acima do que a Celesc havia solicitado. Em termos comparativos, em 2013 o reajuste solicitado pela Celesc foi de 25,33%, sendo que o concedido pela Aneel foi de apenas 13,73%, ou seja, panorama muito diferente do atual.

Isso tem relação direta com a má situação econômica e financeira das distribuidoras de energia em todo o país. A forte seca de 2013 forçou o Brasil a utilizar as usinas termelétricas, o que encareceu sobremaneira o custo da energia. Desta maneira, aliado ao fato do preço da energia já estar artificialmente contido pelo governo federal, as distribuidoras passaram a apresentar péssimos resultados financeiros.

Para sanar estas dificuldades, além dos reajustes tarifários maiores, foram contratados dois vultosos empréstimos junto aos bancos públicos, direcionados para o sistema elétrico brasileiro. Serão R$ 6,5 bilhões para irrigar o caixa da Eletrobras, sendo R$ 4 bilhões do Banco do Brasil e outros R$ 2,5 bilhões contratados junto à Caixa. Está acertada, também, a segunda tranche do empréstimo às empresas distribuidoras de energia, no montante de R$ 6,5 bilhões. Esse valor será assim distribuído: R$ 3 bilhões do BNDES e R$ 3,5 bilhões dos demais bancos, inclusive BB e Caixa, além dos grandes do setor privados. O valor de cada um será proporcional à participação que a instituição teve no empréstimo de R$ 11,2 bilhões.