Fecomércio aponta que setor agropecuário contribuiu para elevação do PIB
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(Fotos: Divulgação)
O crescimento em volume do valor adicionado da agropecuária (7%), decorrente do comportamento de várias culturas importantes da lavoura como aumento na estimativa anual de produção e ganhos de produtividade, com destaque para soja (24,3%), cana de açúcar (10%), milho (13%) e trigo (30,4%), contribuiu para a elevação do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2013, o PIB aumentou 2,3% em relação a 2012, fruto do crescimento de 2,1% no valor adicionado e 3,3% nos impostos. Nessa comparação, a agropecuária (7%), os serviços (2%) e a indústria (1,3%) cresceram. O PIB, em valores correntes, alcançou R$ 4,84 trilhões no ano passado. O PIB per capita ficou em R$ 24.065, apresentando uma alta, em volume, de 1,4% em relação a 2012.
Na indústria, destacou-se o crescimento da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (2,9%), puxado pelo consumo residencial de energia elétrica.
A extrativa mineral acumulou queda de 2,8%, influenciado pela queda na extração de minérios. A construção civil e a indústria de transformação cresceram, ambas, 1,9% em relação a 2012. Todas as atividades que compõem os serviços registraram crescimento acumulado no ano: serviços de informação (5,3%), transporte, armazenagem e correio (2,9%), comércio (2,5%), serviços imobiliários e aluguel (2,3%), administração, saúde e educação pública (2,1%), intermediação financeira e seguros (1,7%) e outros serviços (0,6%).
Já no quarto trimestre, o PIB apresentou alta de 0,7% na comparação do quarto trimestre de 2013 contra o terceiro trimestre do ano, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. A agropecuária estagnou-se (0,0%). A indústria caiu 0,2% e os serviços aumentaram 0,7%.
Capital fixo e despesas cresceram
Na análise da demanda, o destaque foi para a formação bruta de capital fixo, que cresceu 6,3% em 2013, puxado pelo aumento da produção interna de máquinas e equipamentos. A despesa de consumo das famílias cresceu 2,3%, sendo este o 10º ano consecutivo de crescimento. Tal comportamento foi favorecido pela elevação da massa salarial e pelo acréscimo do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas. A despesa do consumo da administração pública aumentou 1,9%.
Exportações e importações
No âmbito do setor externo, tanto as exportações (2,5%) quanto as importações (8,4%) de bens e serviços cresceram. Entre as exportações, destaque para produtos agropecuários; outros equipamentos de transporte; veículos automotores e refino de açúcar. Nas importações, os destaques foram indústria petroleira; serviços de alojamento e alimentação; máquinas e equipamentos; óleo diesel e peças para veículos automotores.
A taxa de investimento no ano de 2013 foi de 18,4% do PIB, ligeiramente acima do observado no ano anterior (18,2%). A taxa de poupança foi de 13,9% em 2013 (ante 14,6% no ano anterior).
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio SC), o país em 2013 cresceu mais que em 2012, mas ainda permanece aquém de seu potencial. A indústria cresceu pouco e não apresenta sinais de revitalização, e os serviços (incluso o comércio) desaceleraram seu crescimento. Desse modo, mais uma vez a agropecuária foi o motor do crescimento do Brasil, puxado por aumentos de sua produtividade, da qual parcela considerável da produção é exportada.
“O consumo das famílias continuou crescendo, impulsionado pelo aumento da renda e pela expansão do crédito – ainda que menor do que em outros anos. Entretanto, este crescimento está sendo limitado pela pequena produtividade do setor produtivo interno (excluindo a agricultura). Tal fato tem trazido pressões inflacionárias e baixa capacidade de expansão dos referidos setores, o que tende a perpetuar o cenário de baixo crescimento nos próximos anos”, comenta o assessor econômico da Fecomércio, Mauricio Mulinari.
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