Os dados mostram que as importações catarinenses cresceram 17,5% no sétimo mês de 2009, e que o estado vem sentindo os efeitos da desvalorização do dólar
As exportações catarinenses de julho registraram queda de 10,5% em relação a junho, somando US$ 553,7 milhões, divulgou a Federação das Indústrias (FIESC), nesta terça-feira (11). No acumulado do ano, as vendas externas tiveram queda de 23,8% em relação ao mesmo período de 2008, totalizando US$ 3,7 bilhões. Na contramão dos embarques, as importações de julho em relação a junho cresceram 17,5% influenciadas pela valorização do real frente o dólar, porém o saldo da balança comercial fechou positivo em US$ 43,7 milhões.
Para o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma, a retração das exportações da indústria catarinense mostra que a desvalorização do dólar frente o real, que vem ocorrendo ao longo de 2009, está refletindo na balança comercial do estado, e isso é motivo de preocupação para o setor produtivo, que tem como foco as vendas ao mercado externo. O cenário atual também é de números negativos. A pesquisa Indicadores, da FIESC, mostrou recentemente que as vendas da indústria registraram queda de 5,6% no acumulado de janeiro a junho de 2009 em relação ao mesmo período de 2008.
Na mesma linha, as horas trabalhadas tiveram decréscimo de -7,1%, a massa salarial, de -3,4% e a utilização da capacidade instalada passou de 84 pontos percentuais em junho de 2008 para 81 pontos no primeiro semestre de 2009. Outro dado que segue negativo é a produção industrial, com queda de 12,9% no acumulado deste ano em comparação com igual período de 2008. "Isso mostra que os reflexos da crise global ainda são sentidos pelas indústrias e o momento atual é de cautela", disse Quaresma.
De janeiro a junho de 2009 em relação a igual período de 2008, dos 10 produtos mais exportados pelo estado, o único que vem registrando alta desde janeiro é o fumo (36,9%). As quedas mais expressivas foram registradas nos produtos grão de soja (-48,8%), cerâmicas de revestimento (-39,4%), portas, alizares e soleiras de madeira (35%), motores e geradores elétricos (-27,5%), carne suína (27,4%) e móveis de madeira (-25,7%).
Os Estados Unidos continuam na liderança como principal comprador de produtos do estado, embora tenham registrado redução de 36,3% no embarques, para US$ 435,9 milhões de janeiro a junho de 2009 em relação ao mesmo período de 2008. Neste mesmo período de comparação, outros países também vêm registrando retração nos embarques. Entre eles estão a Rússia (-42,1%), somando US$ 92,2 milhões, Japão (-36,9%), totalizando US$ 182 milhões, Argentina (-36,7%), para 206,3 milhões e Reino Unido (-34,6%), somando 129,2 milhões.
Nas importações, apesar do crescimento registrado em julho, o saldo no acumulado de janeiro a julho ficou negativo em 17,6%, somando 3,6 bilhões em compras internacionais. Na pauta de importações, os insumos que registram queda foram catodos de cobre refinado (-48,3%), pneus novos para ônibus, caminhões e automóveis (-34,2%) e garrafões, garrafas e frascos de plástico (-29,4%). E os produtos que tiveram alta foram laminados de ligas de ferro e aço (84,7%) malte não torrado, inteiro ou partido (48,1%) e cevada cervejeira (33%).
A China continua sendo o principal fornecedor externo de Santa Catarina, com vendas de US$ 795,5 milhões, mas com queda de 6,8% em relação aos sete primeiros meses de 2008. A Argentina ficou em segundo lugar nas importações, com US$ 479,5 milhões, seguida pelo Chile (US$ 359,5 milhões), Estados Unidos (US$ 327 milhões) e Alemanha (US$ 178,4 milhões).
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