Enquanto recessão ameaça a Europa, a projeção é de crescimento no próximo ano no Estado

O governo do Estado traçou um plano de austeridade para investir e apoiar a economia catarinense. Em Brasília, a presidente Dilma Rousseff reafirma o propósito de reduzir encargos, manter a política cambial e ajudar o país a crescer. O otimismo toma conta dos empresários, mas os economistas mantêm o “pé atrás”. O risco vem do ritmo lento de recuperação e da possibilidade de recessão na Europa, que pode atrapalhar os planos do Brasil e de outros países emergentes.

A Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) aposta que o desempenho da indústria será melhor que o de 2012, mas vincula os resultados, em especial, aos efeitos das políticas expansionistas adotadas pelo governo federal. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 4% para 2013 e a produção industrial em 4,1%. O crescimento da produção industrial será acompanhado pelo crescimento do emprego, assim como do rendimento médio real, que seguirá alto no próximo ano, estima a CNI.

Caso as medidas de estímulo do governo não sejam eficazes, a indústria apresentará uma menor taxa de crescimento (2,3%), o que geraria uma expansão do PIB de apenas 3% e dos investimentos em 4%. O economista Ricardo Della Santina Torres, coordenador do ICES/Sustentare (Índice de Confiança Empresarial) e professor da Sustentare Escola de Negócios, afirma que Santa Catarina está sujeita a fatores individualizados, nacionais (ligados à política monetária) e economia mundial.

“Acredito que o ano vai começar devagar com redução da atividade econômica, mas deve melhorar a partir do segundo trimestre”, avalia. Ele também comenta que a “previsão sombria da queda do tamanho do PIB europeu deve causar impacto negativo na indústria catarinense. 2013 será um ano complexo”.

Indústria aposta no crescimento da produção
Será um ano atípico, com redução da atividade econômica de forma geral, com queda dos preços das commodities, principalmente os minérios, mas os alimentos e insumos não devem cair, segundo avalia o economista da ICES /Sustentare. “A diferença de 2013 pra 2012 é que este ano começou com muito otimismo, e agora estamos com o pé no chão. Por isso será um ano positivo”, continua Torres.

Na análise da Fiesc, a indústria apresentará maior crescimento na produção. “Vamos entrar em 2013 com a economia recuperando seu nível de crescimento e isso impactará favoravelmente o desempenho ano que vem. A indústria precisa se tornar mais competitiva para segurar seu espaço e seu crescimento tanto no mercado interno como externo”, afirmou o presidente da Fiesc Glauco José Côrte.Aindústria alimentar, que registrou baixo crescimento em 2012, devido a pressões de custos e retração do mercado, recompõe margens e investe em aumento de produção.

A indústria metalmecânica mantém-se aquecida pelas medidas que estimulam a demanda de bens de consumo duráveis.Aprodução de produtos intermediários, como os da indústria de papel e celulose, indica aquecimento da atividade econômica nos próximos meses. Além disto, as medidas de estímulo à construção civil, tendem a beneficiar os produtores da indústria de minerais não metálicos. 

Glauco Côrte, presidente da Federação das Indústrias do Estado - "Vamos entrar em 2013 com a economia catarinense recuperando seu nível de crescimento e isso impactará favoravelmente o desempenho ano que vem.”

Paulo Bornhausen, secretário de desenvolvimento econômico - "Toda a economia apresentará um desempenho melhor no ano que vem. Temos as obras do Pacto por Santa Catarina, que injetarão investimentos pesados.”

Ricardo Della Santina Torres, coordenador do ICES/Sustentare, em Joinville - "Acredito que o ano vai começar devagar com redução da atividade econômica, mas deve melhorar a partir do segundo trimestre.”