Empresa tecnológica lusa quer 4ª filial externa no Brasil

A empresa portuguesa Critical Software pretende abrir sua quarta subsidiária internacional em 2008, muito provavelmente no Brasil, revelou à Agência Lusa o presidente-executivo da companhia, Gonçalo Quadros. A iniciativa é mais uma aposta da Critical Software na internacionalização, estratégia que segue desde os primeiros dias com a ambição de se tornar "uma marca conhecida globalmente", revelou Gonçalo Quadros à Lusa. "Queremos ser uma marca bem conhecida à escala global, com tecnologia própria. Ainda não nos sentimos particularmente satisfeitos com o que já fizemos", afirmou o diretor da empresa, que já tem filiais nos Estados Unidos, Reino Unido e Romênia, além de parcerias comerciais na Índia e na África do Sul. Apesar de reconhecer que a escolha do Brasil ainda não é certa, "porque podem existir algumas condicionantes", o gestor frisou que a consolidação da presença internacional é o caminho lógico para uma empresa que, em dez anos de atividade, já assegura 70% de seu faturamento no mercado externo. É a partir das filiais que a Critical garante sua presença nos mercados "de maior valor acrescentado" - como aeronáutica, aeroespacial e de defesa -, onde a exigência em termos de soluções de engenharia é maior e onde a capacidade de investimento estimula o desenvolvimento de novas soluções. Mas essa aposta nos setores e mercados mais exigentes não ameaça a presença da tecnológica portuguesa em setores mais tradicionais, como finanças, telecomunicações e indústria. Segundo Gonçalo Quadros, essa capacidade de estar nos dois mercados é um dos benefícios da Critical Software, pois a aposta nos produtos de duplo uso potencializa a capacidade de "crescer e gerar riqueza". "Nós produzimos soluções de tecnologia e de engenharia de altíssima qualidade. Essa é a nossa proposta de valor - e não a do baixo custo, como as empresas dos mercados emergentes", disse ainda Gonçalo Quadros. Apesar da internacionalização, a empresa continua "atenta ao que se passa em Portugal", onde pretende crescer em setores como a administração pública. Para o presidente-executivo da Critical Software, os projetos desenvolvidos no mercado português são "uma vitrine importante" para ultrapassar "a estranheza" provocada no exterior pela existência de "uma empresa portuguesa de base tecnológica". "Somos uma empresa de matriz portuguesa, queremos continuar sendo e queremos que isso se estenda ao desenvolvimento de projetos e negócios em Portugal", disse Gonçalo Quadros. Com sede em Coimbra e dois centros de engenharia em Lisboa e no Porto, a estratégia da Critical Software é se manter "perto das universidades e do know-how português de engenharia". "Até porque nós gostaríamos muito de contribuir e participar de uma mudança do padrão industrial do nosso país", diz o gestor. Para Gonçalo Quadros, apesar de "serem cada vez mais e mais interessantes", as empresas portuguesas da indústria de tecnologia ainda podem ser contadas "pelos dedos das mãos".