No último dia de treinamento, em Florianópolis, SEBRAE-SC firma parceria com incubadoras para dar suporte aos empreendedores na produção do plano de viabilidade de seus projetos

Encerrados os treinamentos para os 302 empreendedores que tiveram suas propostas aprovadas na primeira etapa do PRIME (Programa Primeira Empresa Inovadora). Os cursos, na área de empreendedorismo, marketing e finanças, foram ministrados por professores da Fundação Dom Cabral. Entre eles, destaque para o consultor, professor e autor de diversos livros na área de empreendedorismo, Fernando Dolabela. Além disso, na área de marketing, participou a professora do MBA da Fundação Dom Cabral, Cleusa Satico Yamamoto Sublaban. “Pode-se dizer que foi um curso intensivo, e o mais interessante foi perceber que cada um dos alunos tem um nível de maturidade empresarial diferenciado”, explica a professora, que passou dois dias com os empreendedores dando noções de marketing, com exemplos e casos práticos.

No último dia do treinamento, o Sebrae-SC anunciou uma parceria com as incubadoras CELTA e Instituto GENE, que operam o Programa em SC, para auxiliar os empreendedores na elaboração do plano de viabilidade de seus projetos. “Serão liberados consultores para dar suporte aos empreendedores em diversas regiões do Estado”, explica o diretor executivo do CELTA, Tony Chierighini.

Com esta base dos treinamentos e as consultorias do SEBRAE-SC, os empreendedores agora partem para a elaboração dos planos de negócio, que serão submetidos à aprovação de uma banca composta por representantes da FINEP, das incubadoras parceiras e entidades empresariais e governamentais. Em SC, serão 240 selecionadas, 120 de cada incubadora (CELTA e Instituto Gene), que receberão ao todo R$ 28,8 milhões.

O olhar dos empreendedores

A empreendedora Roseli Hubler, de Saudades (SC), afirma que esse foi o primeiro contato com os assuntos abordados no curso, e que os treinamentos vão ajudar efetivamente na elaboração do plano de negócios de seu projeto de produção de plantas em laboratórios. “Foi muito importante para abrir a visão sobre o negócio. Na área de marketing, pude ter bastante noção sobre o atendimento ao cliente”, explica Roseli. Já Thiago Freitas, da empresa GTMed, de Florianópolis (SC), com um ano de atuação, tinha noção sobre a maioria dos temas abordados, mas assegura que os exemplos práticos apresentados serviram para dar mais base para produção do seu plano de negócios.

O PRIME foi, para muitos empreendedores, um impulso para aceleração da abertura da empresa. “Minha empresa tem menos de seis meses, era um projeto de pesquisa que virou empresa por conta do PRIME, já que era uma oportunidade de conquistar R$ 120 mil para alavancar meus projetos”, afirma José Renato Dellagnelo, de Florianópolis (SC), que possui duas empresas voltadas para área médica na disputa pelo recurso. A abertura da empresa de Andréia Marini, de Palmas (PR), que tem um projeto de portal de internet para o setor de transportes, também coincidiu com época de inscrições para o Programa. “Assim como grande parte dos empreendedores, eu também aproveitei a chance do PRIME para dar o pontapé inicial da minha empresa”, explica. Andréia afirma também que saiu ainda mais motivada dos cursos de capacitação. “O que mais se destacou para mim foi a palestra de empreendedorismo, que me motivou a começar logo o plano de viabilidade da minha empresa”, conclui.

Por outro lado, Jefferson de Mello, de Cunha Porã (SC), já tinha há dois anos uma empresa voltada para soluções de gestão para a pequena e média indústria moveleira. “Todo o investimento inicial da empresa foi feito com capital próprio, a partir de agora vou precisar de aporte de capital para dar continuidade ao meu negócio. O PRIME apareceu na hora certa e tem como atrativo o fato de o recurso ser não-reembolsável”, destaca o empreendedor.

Sobre o PRIME

O Programa Primeira Empresa (PRIME), lançado pela FINEP no início deste ano, prevê investir em um ano R$ 249 milhões em 2.015 empresas em todo o Brasil com até dois anos de vida. Em Santa Catarina, serão disponibilizados R$ 28,8 milhões para 240 empresas que receberão até R$ 120 mil não-reembolsáveis no primeiro ano.

A meta do programa é ajudar na estruturação de planos de negócios e no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Em quatro anos, a estimativa da FINEP é investir R$ 1,3 bilhão em cinco mil empresas.

No Estado, o PRIME é administrado pelas incubadoras CELTA, da Fundação CERTI, de Florianópolis, e pelo Instituto Gene, de Blumenau, responsáveis pela seleção dos projetos que foram aprovados na primeira etapa.