Produtores de cristal artesanal do Vale do Itajaí buscam selo de Indicação Geográfica, que atesta a origem do produto
A produção de cristal de modo totalmente artesanal é uma particularidade do Vale do Itajaí (SC). Na região existem apenas quatro empresas, sendo elas também as únicas no país a fabricar cristais de chumbo manualmente. Para garantir a qualidade dos produtos diante dos industrializados, as cristalerias da região criaram a Associação dos Produtores de Cristal Artesanal do Vale Europeu. A entidade tem como principal objetivo o estabelecimento da Indicação Geográfica. “O termo será um fator decisivo para garantir a diferenciação do produto no mercado”, destaca o diretor-presidente da Cristallerie Strauss, Frederico Werner Strauss.
Segundo ele, o processo para obter o selo de denominação deve levar em média dois anos para ser concluído. “Serão feitos diversos estudos que levarão em conta alguns aspectos da região, como geografia e história, além da técnica de produção e a parte mercadológica”, explica.
A principal vantagem para quem adquire o produto é a garantia de que está levando para a casa uma peça única, fabricada artesanalmente e com qualidade superior. Para os produtores, o selo também pode significar economia, uma vez que atualmente incide sobre a fabricação dos cristais o IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados. “Com a criação do selo, podemos obter o reconhecimento do governo de que a produção é artesanal e, com isso, rever algumas incidências tributárias. Afinal, não faz sentido o pagamento de IPI, sendo que nossos produtos são feitos de forma 100% artesanal”, comenta Frederico Strauss.
Além disso, a intenção das empresas com a Indicação Geográfica é tornar o cristal mais conhecido e valorizado, evidenciando as características que o tornam único, como a mão-de-obra especializada, a tradição e a cultura local.
O estudo está sendo realizado pela associação em parceria com entidades de ensino superior.
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