Crise não está inteiramente superada, avalia CNI
Os resultados do PIB do segundo trimestre deste ano, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não significam que a crise está inteiramente superada, segundoavaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em nota divulgada à imprensa. De acordo com a instituição, a queda de 1,2% do PIB na comparação com o mesmo período do ano passado “explicita os danos ainda existentes”, apesar do crescimento na margem. Para a CNI, esse comportamento deverá manter-se no terceiro trimestre do ano, com a reversão nessa base de comparação devendo ocorrer apenas no último trimestre de 2009.
Na nota, a CNI prevê que a indústria só apresentará resultado positivo na comparação anual em 2010. O setor apresentou queda de 8,6% no primeiro semestre do ano ante o mesmo período do ano passado. E, segundo a CNI, a indústria deverá manter o desempenho negativo nessa comparação até oquarto trimestre, fechando 2009 em queda em relação a 2008.
Leia, a seguir, a íntegra da nota da CNI à imprensa sobre os resultados do PIB: PIB: crescimento no 2º trimestre foi impulsionado pela indústria
O PIB referente ao segundo trimestre de 2009 cresceu 1,9% frente ao trimestre anterior em termos dessazonalizados¸ superior à nossa previsão de crescimento de 1,4% para o período (realizada após a divulgação dosdados do primeiro trimestre em junho último).
Dois aspectos se destacam nesse resultado, reforçando a avaliação de que os momentos de maior dificuldade para a economia brasileira ficaram para trás. Primeiro, o crescimento da economia foi impulsionado pela expansão do consumo das famílias (2,1%). Segundo, o investimento (a formação bruta de capital fixo -- FBKF) interrompeu um movimento de queda intensa nos dois trimestres anteriores, registrando estabilidade no segundo trimestre. Ambos explicitam a reação da demanda doméstica.
A indústria foi o destaque positivo no trimestre. O PIB do setor cresceu 2,1% frente ao trimestre anterior – dado dessazonalizado –, contribuindo decisivamente para a expansão do indicador geral do PIB.
Contudo, esses resultados não significam que a crise está inteiramente superada. Comparativamente ao mesmo trimestre de 2008, o PIB mostrou queda de 1,2%, o que explicita os danos ainda existentes. Esse comportamento deverá manter-se no terceiro trimestre do ano, com a reversão nessa comparação devendo ocorrer apenas no último trimestre de
2009.
Observe-se que, nessa comparação, a indústria registra um quadro bastante negativo, com queda de 7,9%. No primeiro semestre essa queda alcança 8,6%. Esse fato reforça as expectativas de um desempenho negativo do setor no ano e que a crise na indústria seja superada apenas no próximo ano.
O bom resultado do segundo trimestre reduziu o efeito carregamento negativo. Esse efeito – que pode ser lido como a necessidade de crescimento do PIB no restante de 2009 para se igualar com o PIB de 2008 –, que apresentava variação de -2,5% no primeiro trimestre do ano, passou para -1,6% no trimestre seguinte. Esse comportamento conduz à necessidade de revisar as estimativas para o PIB de 2009, que será publicada no próximo Boletim de Conjuntura (final de setembro).
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