Pesquisa do SPC aponta, porém, recuperação de 74% das dívidas e menor inadimplência em agosto


Os rescaldos da crise econômica internacional, o excesso de dias chuvosos e principalmente a precaução com a Gripe A, que esvaziou os shoppings, contribuíram para mais uma retração do comércio catarinense, que registrou em agosto queda nas vendas de 2,87% no comparativo com julho, segundo balanço do Serviço de Proteção ao Crédito no estado (SPC/SC). Desde o início do ano, as consultas ao banco de dados do SPC/SC, que indicam as intenções de compra a prazo, reduziram 6,76% em relação aos primeiros oito meses de 2008. Contudo, o vice-presidente de Serviços da Federação das CDLs (FCDL/SC), Ivan Tauffer, assinala que este cenário não é restrito à economia catarinense e se estende a outros estados.
“O varejo de Santa Catarina tem enfrentado dificuldades desde o início do ano, mas não é um problema apenas nosso. Em São Paulo, por exemplo, o comércio também teve enfraquecimento nas vendas em agosto de 2,44%, segundo pesquisa da Associação Comercial”, destaca Tauffer.
Se o movimento no comércio tem ficado aquém do esperado, por outro lado a inadimplência vem diminuindo e no mês passado os registros no SPC caíram 4,65% em comparação a julho. Segundo Tauffer, o consumidor tem se mostrado mais consciente e atento aos seus compromissos. Em agosto, conforme apontou balanço mensal do SPC/SC, o comércio catarinense recuperou mais de 34 milhões, o que equivale a 74,30% das dívidas no período. “É um número bastante expressivo e acima da média de 68%. São dois meses consecutivos de reabilitação do crédito”, diz.
Expectativa mantida
Apesar de o varejo catarinense ainda não ter ficado no positivo em 2009, a expectativa de fechar o ano com 2% de incremento se mantém: “Esperamos a partir de outubro estabilizar as vendas e pelo menos manter a média nesses últimos meses do ano no comparativo com 2008. A grande aposta será o Natal”, projeta Tauffer. A pesquisa do SPC/SC também revelou que de janeiro a agosto os cheques sem fundo aumentaram 1,39% em relação ao mesmo período do ano passado.