Os números da balança comercial catarinense referentes ao ano passado reafirmam uma tendência que vem sendo observada desde 2007: os municípios daqui, tradicionalmente exportadores, estão comprando cada vez mais do mercado internacional. Em 2010, a diferença entre exportações e importações realizadas pelas cidades do Estado ficou negativa em cerca de US$ 2,64 bilhões.

As importações, que somaram US$ 11,91 bilhões, subiram quase 68% em relação a 2009, quando o montante foi de US$ 7,23 bilhões. O crescimento é ainda mais expressivo se voltarmos cinco anos no tempo. Em 2006, as importações contabilizaram US$ 3,50 bilhões. Ou seja, desde então houve salto de 240%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Apesar do déficit na balança, as exportações dos municípios catarinenses também apresentaram crescimento, embora em ritmo mais acanhado, durante o período. A exceção fica por conta de 2009, considerado atípico em função da crise que afetou a economia global. As exportações naquele ano atingiram US$ 7,74 bilhões, queda de 23% em relação a 2008, quando bateu na casa dos US$ 10 bilhões. No ano passado, no entanto, as vendas para o mercado externo voltaram a subir e somaram US$ 9,27 bilhões.

JARAGUÁ CAI TRÊS POSIÇÕES; ITAJAÍ SEGUE SOBERANA

Itajaí continua sendo, de muito longe, a cidade catarinense que mais realiza operações com o mercado internacional. No ano passado, a capital portuária do Vale movimentou US$ 8,22 bilhões. Deste total, US$ 5,26 bilhões (64%) foram em importações, o que garantiu a quarta colocação nacional. Joinville manteve a segunda posição, com R$ 3,71 bilhões.

Jaraguá do Sul protagonizou a principal mudança no quadro das dez cidades que mais operam no mercado externo. Com movimentação em torno de US$ 920 milhões, um crescimento de 11% em relação ao ano anterior, o município perdeu terreno para Blumenau (US$ 1,03 bilhão), Florianópolis (US$ 950,3 milhões) e São Francisco do Sul (US$ 947,6), caindo para a sexta posição. São José (US$ 569,1 milhões), Imbituba (US$ 269,7 milhões) e Navegantes (US$ 233,3 milhões) mantiveram, respectivamente, o sétimo, oitavo e nono lugares. Pomerode (US$ 223,2 milhões) superou São Bento do Sul e finaliza o top 10.