Mais de 65 mil famílias de produtores rurais integram a cadeia de produção da cooperativa que atua hoje em 300 municípios
Nesta segunda-feira (15), a Cooperativa Central Aurora Alimentos completa 50 anos de história. Para comemorar a data, a cooperativa promove uma extensa programação com atividades voltadas aos funcionários e à comunidade, como inaugurações de novas estruturas e apresentações culturais. O calendário prevê ações para o ano todo.
"É um sentimento de responsabilidade muito grande pelo que nossos antecessores construíram", disse o vice-presidente da empresa, Neivor Canton. "Temos o privilégio de estarmos aqui nesse momento da Aurora e, ao mesmo tempo, compartilhar esse momento com a sociedade", afirma.
E não faltam motivos para comemorar. Em 2018, a receita bruta da cooperativa foi de R$ 9,1 bilhões, aumento de 2,5% em relação ao ano anterior. Além disso, a empresa registrou crescimento de 7,7% no abate de suínos e de 3,5% na produção de leite.
Para o presidente da empresa, Mário Lanznaster, as perspectivas para 2019 são "estimulantes". Segundo ele, a orientação é seguir investindo para permanecer entre as melhores companhias de alimentos do mundo. Além disso, a natureza cooperativista faz a Aurora cumprir importante papel social, diz Lanznaster.
A cooperativa está presente em 300 municípios de quatro estados - Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além de empregar 28.149 funcionários, a economia da empresa integra a produção de 65.531 famílias de agricultores.
Essa capilaridade resulta em produção de larga escala. A empresa tem capacidade de abater 20 mil suínos e 1 milhão de aves por dia, além da produção de 1,5 milhão de litros de leite. Para abastecer a cadeia, produziu 1,6 milhão de toneladas de ração ao longo de 2018.
Para Canton, a celebração é, em grande parte, dos produtores. "Isso serve como energia para o cooperativismo para que dê atenção especial aos municípios que criaram o sistema. [A cooperativa] permite às pessoas espaço, oportunidade, para não serem marginalizadas no mercado global que dificulta muitas vezes a sobrevivência da atividade de pequenos produtores", afirma.
Essa inclusão é essencial para estimular o desenvolvimento regional. "O que nos dá uma realização especial é sabermos que o produto do pequeno produtor chega nas mais longínquas regiões. Ele coloca comida na mesa do japonês, do norte-americano, do europeu, do chinês, dos mercados de consumo mais exigentes do planeta", diz Canton.
Canton: "Nós conseguimos colocar milhares de pequenos produtores embaixo do guarda-chuva das cooperativas". Foto: Luiz Prado/Sebrae
Aposta na indústria do leite ajudou o setor a se destacar
Há aproximadamente 15 anos, a Aurora assumiu o compromisso de entrar no mercado de leite na região. A atividade havia sido deixada de lado por algumas cooperativas a fim de priorizar o beneficiamento de carnes.
Segundo Canton, a entrada no mercado foi uma exigência dos próprios produtores. Assim, o processamento de leite foi a última das três principais atividades industriais da empresa a ser incorporada. O resultado foi o desenvolvimento da bacia leiteira do Oeste, que hoje representa mais de 75% do leite produzido no Estado. De 2006 a 2016, Santa Catarina aumentou a produção em 82% e tornou-se o quarto estado do país em volume de produção: são mais de 3 bilhões de litros por ano.
O crescimento ajudou o país a alcançar a autossuficiência na produção e começar a mirar o mercado externo. "Nós conseguimos colocar milhares de pequenos produtores embaixo do guarda-chuva das cooperativas. Temos assegurado a eles o mesmo acesso que grandes produtores de outras regiões do país têm para os mercados externos", disse Canton.
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