De janeiro a junho, as vendas caíram 11,8% puxadas pela redução de 22,7% das compras da Argentina, apesar da alta nos embarques para o Uruguai e para o Paraguai.
Medidas protecionistas da Argentina preocupam a indústria catarinense
As exportações catarinenses ao Mercosul registraram queda de 11,8% no período de janeiro a junho de 2009 em relação ao primeiro semestre de 2008, somando US$ 279 milhões, divulgou a Federação das Indústrias (FIESC) nesta quarta-feira (5). No mesmo período de comparação, a retração verificada nos embarques para a Argentina foi de 22,7%, anulando o impacto positivo no aumento das vendas catarinenses ao Uruguai (16,3%) e ao Paraguai (14,4%).
Dos dez produtos mais exportados ao bloco econômico, cinco registraram queda. São eles: artigos de cama, mesa e banho (-39,1%), carrocerias para veículos (-33,6%), papel cartão (-31,4%), carne suína (-11,7%) e refrigeradores e congeladores (-5,9%). Entre os itens que registraram aumento estão bananas frescas ou secas (66,9%), outros tipos de mate (55,5%), motocompressores herméticos (46,8%) e cerâmica de revestimento (12,4%).
Segundo o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma, além da retração da economia que afetou as exportações, as medidas protecionistas adotadas pela Argentina contribuíram para a queda nas vendas ao Mercosul. Os dados mostram que quatro dos cinco produtos mais exportados ao país vizinho tiveram queda nos embarques. "As restrições impostas pela Argentina já são sentidas pelo setor exportador catarinense. Por isso, a indústria brasileira por meio da CNI está defendendo a abertura de painel na Organização Mundial do Comércio contra a Argentina", diz Quaresma, que considera a postura do governo brasileiro branda em relação ao parceiro do Mercosul.
No primeiro semestre de 2009 em relação ao mesmo período em 2008, dos cinco produtos mais exportados à Argentina, o único que teve crescimento foi o item motocompressor hermético. Dos cinco itens mais vendidos ao Uruguai, o único a registrar queda foi carne suína. E dos produtos mais exportados ao Paraguai, somente refrigeradores e congeladores tiveram retração.
As importações catarinenses do Mercosul também registraram queda. A retração foi de 10,3%, somando US$ 528,5 milhões no acumulado do ano em comparação com o mesmo período de 2008. Dos 10 principais itens comprados pelo estado, três registraram queda: trigo (-55,4%), garrafões, garrafas e plástico (-27%) e pneus novos para ônibus, automóveis e caminhões (-3,4%). Entre os produtos que tiveram alta estão peixes (108,7%), polímeros de etileno (71,8%) e malte não torrado (52,7%).
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