Para lojistas, isso mostra o descompasso com a realidade brasileira

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros brasileira (Selic) em 11% ao ano seguiu a previsão feita pelos economistas da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mas desagradou o setor produtivo varejista, que desde o mês de março assiste à alta dos juros refletir na queda das vendas do comércio.

Os líderes das duas entidades frisam que, apesar da provável manutenção da taxa básica pelo menos até o fim da campanha eleitoral, a Selic continuará em nível considerado elevado, o que impacta negativamente nas vendas a prazo e dificulta a situação das famílias endividadas.

Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, manter a taxa básica de juros alta diante de um cenário de total desaceleração da economia só evidencia o descompasso da política monetária com a atual realidade brasileira.

"Por falta de investimentos para impulsionar a produtividade e por apostar numa política fiscal expansionista, o Brasil agora tem que tomar o mais amargo dos remédios para frear a inflação", disse Pellizzaro Junior.