Justiça bloqueia R$ 500 mi extras na Operação Sem Desconto, elevando total a R$ 4,5 bi para devolver descontos indevidos a aposentados do INSS.

A Advocacia-Geral da União (AGU) deu mais um passo firme no combate às fraudes que lesaram aposentados e pensionistas do INSS. Nesta terça-feira (16/12/2025), a Justiça Federal bloqueou R$ 500 milhões em uma única conta de um investigado, recursos que serão usados para devolver o dinheiro desviado por descontos indevidos. Você, que recebe benefício previdenciário, já parou para checar se houve cobranças suspeitas na sua folha de pagamento? Essa ação judicial pode ser o alívio que milhões esperavam.

O que é a operação sem desconto e como as fraudes funcionavam?

A Operação Sem Desconto, conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF), expôs um esquema de associações que descontavam valores indevidos de aposentados e pensionistas sem autorização. Desde maio de 2025, a AGU ajuizou 36 ações cautelares com base na Lei Anticorrupção, pedindo o bloqueio de R$ 6,5 bilhões em bens de investigados.

Esses descontos, muitas vezes disfarçados como mensalidades associativas, afetaram milhões de beneficiários vulneráveis. Na prática, isso significa que idosos e dependentes tiveram parte de seus benefícios "comidos" por fraudes, reduzindo renda essencial para remédios e despesas básicas. As investigações revelaram associações e pessoas físicas e jurídicas que lucravam às custas dessa ilegalidade, e agora a Justiça age para congelar esses ganhos ilícitos.

Bloqueio recorde: R$ 500 milhões e o total acumulado

O destaque dessa terça-feira foi o bloqueio efetivo de R$ 500 milhões em dinheiro líquido de um único investigado – o maior valor individual já alcançado nessa operação, conforme a AGU. Somando aos anteriores, as liminares judiciais já indisponibilizaram R$ 4,5 bilhões em bens das associações e demais envolvidos.

Além disso, novas liminares decretaram:

  • Indisponibilidade de R$ 25 milhões de um acusado.

  • Bloqueio de R$ 782 mil de outro.

  • Quebra de sigilo bancário e fiscal para aprofundar as apurações.

Raniere Rocha Lins, advogado da União e responsável pela Procuradoria Nacional da União de Patrimônio Público e Probidade (PNPRO/PGU), enfatiza: “O diálogo e a coordenação dos trabalhos permitiram que resultados como o de hoje fossem alcançados. Trata-se certamente de uma das maiores constrições de valores alcançadas na história do País, o que evidencia a importância da atuação da AGU na efetiva responsabilização dos envolvidos” (fonte: Agência Gov, 17/12/2025).

O impacto para aposentados: ressarcimento e proteção aos direitos

Esses recursos bloqueados serão direcionados para ressarcir as vítimas. Mas como isso funciona na prática? A AGU atua para recuperar o patrimônio público e devolver o dinheiro diretamente aos segurados lesados, em coordenação com o INSS. Renata Pires de Carvalho, procuradora federal e titular da Subprocuradoria de Cobrança e Recuperação de Créditos da Procuradoria-Geral Federal (Subcob/PGF), reforça: “Com as decisões recentes, a AGU reafirma seu compromisso com a defesa do patrimônio público e a proteção dos direitos dos segurados, atuando de forma integrada com órgãos de controle e segurança para combater práticas ilícitas que afetam milhões de brasileiros” (fonte: Agência Gov, 17/12/2025).

Para quem desconfia de descontos indevidos:

  1. Acesse o app ou site Meu INSS e verifique o extrato de benefícios.

  2. Consulte o histórico de consignações para identificar cobranças suspeitas.

  3. Denuncie pelo canal da CGU (gov.br/cgu) ou PF, fornecendo dados como nome da associação.

Essa integração entre AGU, CGU, PF e Justiça mostra como o Estado pode ser ágil contra fraudes – mas será que isso basta para prevenir novas? A resposta depende de fiscalização contínua e conscientização dos beneficiários.

O que esperar daqui para frente?

Com R$ 4,5 bilhões já congelados de um pedido total de R$ 6,5 bilhões, a operação avança para responsabilizar todos os envolvidos. Especialistas em direito público veem nisso um marco na recuperação de créditos previdenciários, protegendo quem mais precisa. Ficar de olho nessas ações não só informa, mas empodera: se você é aposentado, revise sua conta hoje e exija seus direitos.

 

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