-
"O acordo mostra que a Argentina estaria disposta a se retirar do bloco em um momento delicado, destaca o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme. (Fotos: Filipe Scotti - FIESC)
Para a Federação os efeitos da decisão sobre assinatura do acordo com União Europeia, esperada para as próximas semanas, ainda são incertos; assinatura bilateral é sinal claro de falta de compromisso da Argentina com o Bloco
O acordo de comércio e investimentos anunciado pela Argentina com os Estados Unidos sinaliza de forma clara a falta de compromisso do país sul-americano com o Mercosul, na avaliação da Federação das Indústrias de SC (FIESC). A Federação aguarda os desdobramentos da decisão unilateral da Argentina sobre o bloco e os potenciais efeitos sobre a esperada assinatura do acordo do Mercosul com a União Europeia, que vem sendo negociado há cerca de 20 anos.
“O acordo mostra que a Argentina estaria disposta a se retirar do bloco em um momento delicado. Resta saber que medidas o Brasil e os demais países do Bloco tomarão em relação à continuidade de participação e se haverá consequências sobre a negociação com a União Europeia”, destaca o presidente da FIESC, Gilberto Seleme.
A presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, destaca que os textos oficiais publicados pelos dois países mostram que a Argentina dará preferência a produtos norte-americanos em alguns setores, o que seria prejudicial para as vendas desses itens brasileiros naquele mercado. O documento da Casa Branca cita produtos como: medicamentos, produtos químicos, máquinas, produtos de tecnologia da informação, dispositivos médicos, veículos motorizados, sobretudo camionetes, e produtos agrícolas.
“Nas situações em que os produtos brasileiros concorrem com as vendas da Argentina para o mercado dos Estados Unidos, o Brasil perderia competitividade já que os preços embutem uma tarifa menor do que a imposta ao Brasil”, afirmou.
O acordo prevê ainda o fim ou a redução de barreiras não tarifárias, como a exigência de licenciamento de importações e também permitindo que empresas americanas utilizem padrões dos EUA ou internacionais para produtos importados, sem requisitos adicionais de conformidade.
Tags
- Argentina
- brasil
Deixe seu comentário