O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 1,1% em outubro, em relação a setembro, a quarta queda seguida,


O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) continua em tendência de queda e alcança o menor nível desde maio de 2021, com retração tanto nas condições atuais quanto nas expectativas e freio nos investimentos.

Os comerciantes de bens duráveis enfrentaram as maiores baixas, enquanto os de bens não duráveis são os mais pessimistas revela a pesquisa mensal, realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNM) 

Quarta queda seguida

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio recuou 1,1% em outubro, em relação a setembro, a quarta queda seguida, descontados os efeitos sazonais. Com isso, o indicador alcançou 95,7 pontos após o ajuste sazonal, permanecendo abaixo de 100 pelo segundo mês e sendo o menor nível desde maio de 2021 (94,7 pontos).

Nessa comparação, a maioria dos indicadores apresentou queda, sendo o das expectativas a exceção (+0,8%) e o das condições atuais o mais negativo (-5,4%).

Piora no cenário econômico

Em outubro, a maior parte dos varejistas (77,4%) disse observar piora no momento atual da economia; no entanto, quando questionados sobre as expectativas, a maioria (56,4%) acredita em uma melhora econômica, com recuperação no último mês após as últimas quedas desse percentual.

Em relação às Intenções de Investimentos – Icec, o indicador foi de 99,1 pontos, após ajuste sazonal, também permanecendo em patamares pessimistas. O maior destaque nessa categoria foi a percepção em relação aos Estoques – Icec, tendo a única alta tanto no ano (+0,5%) quanto no mês (+0,4%).

Expectativas mais otimistas com festas de fim de ano  

A mesma tendência de maior otimismo com as festas de fim de ano também pode ser observada nos consumidores. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), continuou a tendência de queda, assim como os varejistas, no entanto interrompeu o recuo em itens como Momento para Compra de Duráveis e Acesso ao Crédito.

A taxa Selic ainda em nível alto desestimula o consumo e, consequentemente, o investimento dos varejistas, com a incerteza econômica e a política afetando a percepção dos empresários em relação ao momento atual.

Empresários do setor de bens duráveis são os mais pessimistas 

A retração anual na confiança do empresário do comércio em outubro foi impulsionada por todos os
segmentos, principalmente pelas lojas do varejo de eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e decoração, cine/foto/som, material de construção, veículos (-13,3%), sendo esses bens de maior valor agregado os mais vulneráveis aos juros, reafirmando a influência dessa variável econômica no setor terciário.

Em relação à percepção atual do comércio, o segmento de bens duráveis também foi o que apresentou maior queda na análise anual (-22,2%), assim como no Icec.
Porém, o comércio de supermercados, farmácias, lojas de cosméticos continuou sendo o segmento mais pessimista com o setor (58,9 pontos).

A expectativa para o setor teve crescimento mensal (+1,7%), após três meses de queda. O comércio de
roupas, calçados, tecidos e acessórios foi o principal responsável, com avanço de 3,4%. Enquanto na comparação anual, a tendência de queda permaneceu.

Intenção de investimento

Entre a intenção de investimentos, a percepção em relação aos Estoques – Icec foi o único com alta tanto no ano quanto no mês. Supermercados, farmácias e lojas de cosméticos foi o segmento responsável pelo avanço mensal, enquanto o segmento de eletroeletrônicos, móveis e decorações, cine/foto/som, materiais
de construção e veículos se destacou, com crescimento de 3,1% no ano, sendo este também favorecido pelos consumidores no ICF.

Os analistas da pesquisa da CNM assinalam que os empresários de supermercados, farmácias, lojas de cosméticos costumam ter seus estoques mais adequados, por causa da tempestividade das vendas e a necessidade de maior controle por conta do espaço físico limitado.

Tags

  • Confiança do empresário do comércio