Setor busca novos mercados e ainda mantém vendas aos EUA mesmo com tarifa de 76,4%

A indústria de carne bovina do Brasil projeta um crescimento de 12% a 14% nas exportações em 2025, mesmo após o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos. A previsão foi divulgada nesta quarta-feira (17) pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, durante o Fórum Pecuária Brasil, promovido pela consultoria Datagro.

Realocação de embarques e competitividade

Perosa afirmou que, apesar das barreiras impostas pelo governo norte-americano, o setor tem capacidade de redirecionar os embarques para outros mercados. Em 2024, o Brasil exportou 2,89 milhões de toneladas de carne bovina para cerca de 150 países, movimentando US$ 12,9 bilhões.

“A despeito das tarifas e das questões geopolíticas, o brasileiro, principalmente o setor da pecuária, tem muita capacidade de articulação e realocação dos seus produtos”, destacou o presidente da Abiec.

Mesmo com a tarifa de 76,4% sobre a carne bovina brasileira, o setor segue exportando para os Estados Unidos, segundo Perosa, graças à competitividade conquistada nos últimos anos.

Meta de novos mercados e negociação com os EUA

A Abiec também prevê crescimento de até 16% em receita em 2025. Para isso, o setor aposta na abertura de novos mercados estratégicos, como Japão, Turquia e Coreia do Sul — além do Vietnã, que foi habilitado recentemente para receber o produto brasileiro.

O executivo reforçou que é preciso continuar pressionando o governo brasileiro para negociar a retirada ou redução da tarifa norte-americana. “O mercado dos EUA é altamente rentável e faz a diferença”, pontuou.

Perspectivas para o setor

O cenário global de demanda firme por proteína animal ajuda a sustentar as projeções otimistas para o próximo ano. Com novos mercados e manutenção da competitividade, o Brasil deve seguir como maior exportador mundial de carne bovina, garantindo fluxo positivo na balança comercial.

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