Em reunião nesta quinta-feira, Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) traçou um panorama das exportações para os EUA e efeitos das tarifas

A Câmara de Alimentos e Bebidas da Federação das Indústrias (FIESC) debateu em reunião nesta quinta-feira (11), os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras e catarinenses. O economista da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), Cleber Sabonaro, fez uma apresentação sobre o contexto e as repercussões do aumento das tarifas pelos EUA. Segundo ele, o maior impacto no setor de alimentos está nas vendas de proteína animal, açúcar, óleos, água de coco e açaí. Ele destacou a possibilidade de um acordo de exclusão para o café e o cacau, a exemplo do que ocorre com o suco de laranja, e da castanha.

Em SC, a vulnerabilidade do segmento de alimentos e bebidas está mais concentrada em sucos de maçã, óleos e mel. Segundo dados da ABIA, o setor de A&B em SC exportou para os EUA US$ 65 milhões, o equivalente a 2,4% das exportações totais do estado para o mercado norte-americano. “Mesmo com baixa exposição total, os efeitos são multiplicadores sobre cadeias produtivas. O tarifaço tem efeito limitado em volume, mas alto em vulnerabilidade setorial e impacto regional em SC”, salientou.

A presidente da câmara, Micheli Polli Silva, lembrou que o setor de alimentos e bebidas tem barreiras de entradas em outros mercados adicionais a alguns setores, como as regras sanitárias. “Conseguir atender toda a regulamentação sanitária de um país estrangeiro não é simples e não ocorre da noite para o dia. Os mercados têm normas e regras diferentes, que somam complexidade na hora de prospectar novos clientes”, explicou.

Durante a reunião os industriais catarinenses conheceram detalhes do programa de apoio do governo do estado às indústrias exportadoras afetadas, com destaque para a recuperação de créditos de ICMS e as linhas de crédito disponibilizadas via BRDE.
O calendário de migração do sistema tributário atual para o novo, aprovado na Reforma Tributária, e as principais alterações com impacto direto no setor também foram discutidos.