Reunindo companhias que faturam mais de R$ 30 milhões anualmente, a iniciativa busca fortalecer a competitividade dos negócios catarinenses a nível nacional e internacional

Em mais um movimento para estimular o fortalecimento do ecossistema de inovação de Santa Catarina, a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) acaba de lançar o ACATE 1bi, programa voltado a empresas de tecnologia que já superaram a marca de R$? 30?milhões em faturamento anual. A ideia é estimular o crescimento de cada uma das participantes a patamares de R$ 100 milhões, R$ 500 milhões e até R$1 bilhão, ao mesmo tempo em que inspiram e apoiam a escalada de outros negócios, por meio de eventos, mentorias e conteúdo especializado. “Nosso ecossistema é uma máquina de criar novas empresas, agora queremos tornar esses negócios com faturamentos bilionários”, destaca Diego Brites Ramos, presidente da ACATE.

A iniciativa reúne representantes de 80 companhias com sedes em diferentes regiões do Estado, como a RD Station e a Softplan, da Grande Florianópolis; Hiper, do Vale do Itajaí; NDD Tech, da região Serrana; Nord Electric, no Oeste; e Procer, no Sul. Juntas, essas lideranças buscarão manter o ritmo de expansão do setor dos últimos anos, gerando impacto para todo o ecossistema catarinense e ampliando sua competitividade nacional e internacional. No Estado como um todo, o segmento representa 7,5% do PIB, a terceira maior participação estadual do país, com faturamento total de R$?38,3 bilhões, conforme dados do Observatório ACATE.

Visibilidade e novos investimentos

O presidente da associação afirma que o ACATE 1bi busca preencher uma lacuna no ecossistema de inovação catarinense. “Temos aqui empresas líderes nacionais que o setor de tecnologia no Brasil ainda não reconhece. Ao dar visibilidade a esses hidden champions, reforçamos a imagem de um ambiente maduro, onde startups e companhias de grande porte convivem e se fortalecem mutuamente”, enfatiza. Ramos ressalta que o objetivo é oferecer entregas estratégicas para esse grupo, cujos líderes desempenham papel relevante na construção do ecossistema e que hoje buscam iniciativas capazes de gerar impacto direto nos seus negócios.

Para além da visibilidade, a ACATE aposta que a união dessas empresas , que juntas representam bilhões de reais em valor de mercado, será capaz de atrair a atenção de investidores de private equity e de fundos que realizam aportes maiores, um ponto ainda carente no cenário catarinense. A proposta é apoiar companhias na realização de movimentos estratégicos como internacionalização, abertura de capital e crescimento inorgânico, seja por meio de aquisições, seja investindo em startups. “Queremos ajudá-las a dar o próximo salto, o que, por consequência, fortalece todo o ecossistema”, destaca Ramos, citando exemplos de empresas locais que já seguiram esse caminho, como a Softplan.

Networking, conteúdo e estratégia

Segundo Everton Gubert, CEO da Agriness e diretor do programa, o ACATE 1bi nasceu a partir da identificação de desafios de companhias que já superaram a fase de aceleração inicial e, agora, demandam estruturas mais sofisticadas de apoio. “Essas empresas buscam espaços de troca entre pares, acesso a conhecimento de ponta e articulação com o mercado, fundos e governo”, explica. O programa foi estruturado com base em três pilares centrais: networking qualificado entre líderes com desafios semelhantes; conteúdo de alto nível voltado a temas como governança, sucessão, expansão internacional e ESG; e conexões estratégicas que fomentem sinergias, parcerias comerciais, mentorias e até processos de fusão e aquisição.

Os encontros do grupo serão realizados de forma bimestral ou trimestral, sempre de maneira presencial e com curadoria especializada. As atividades incluirão palestras com executivos de referência nacional e global, estudos de caso com membros do próprio grupo, dinâmicas de mentoria e momentos de convivência informais, como almoços de negócios e missões internacionais. O primeiro encontro ocorreu no início de agosto, em um almoço que contou com a participação e a palestra de Farlei Kothe, CEO do Grupo Stefanini para América do Norte, Europa, África, Ásia e Oriente Médio, além da presença de cerca de 50 empresários.

Investimentos futuros

Além de fortalecer a atuação das empresas participantes, o ACATE 1bi tem como objetivo ampliar o posicionamento de Santa Catarina como um dos ecossistemas de inovação mais maduros do Brasil. “Ao integrar grandes empresas ao ambiente associativo, criamos um ciclo de reinvestimento de capital intelectual no próprio Estado. Isso contribui para a formação de um ecossistema completo, com capacidade de influenciar políticas públicas e atrair investimentos de fora do país”, avalia Gubert.

Para André Krummenauer, CEO da Involves e vice-diretor do programa, entre as grandes possibilidades do ACATE 1bi está a oportunidade de reunir as lideranças em negociações conjuntas com grandes fornecedores, além da definição de suas próprias pautas e da oportunidade de aprender com nomes de referência do setor de tecnologia. “Sempre teremos convidados de peso, como foi o Farlei Kothe neste primeiro encontro, trazendo relatos inspiradores de quem ajudou a internacionalizar empresas”, destaca o executivo.

“Nós batizamos o programa de ACATE 1bi justamente que é para onde as empresas estão mirando. São companhias com potencial ou até que eventualmente já valem R$ 1 bilhão. Estamos sempre olhando para a frente, para onde queremos chegar, e buscamos ter cada vez mais empresas nesse patamar”, conclui Krummenauer. O objetivo do 1BI é que, nos próximos anos, o programa ajude não só a fortalecer as companhias que já passaram dos R$ 30 milhões, mas faça novos negócios cruzarem esta linha, consolidando uma nova geração de scale-ups em Santa Catarina, com alcance nacional, raízes regionais e potencial global.


Sobre a ACATE

A Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) representa os interesses do setor tecnológico catarinense desde 1986. A missão da entidade é apoiar o ecossistema local de ponta a ponta, das startups às empresas de grande porte, gerando conexões que fortalecem o setor de tecnologia no estado. Para reforçar o ecossistema de inovação catarinense, a Associação é gestora de iniciativas como a incubadora MIDITEC, o laboratório de inovação aberta LinkLab e as Verticais de Negócios. Reunindo mais de 1.850 associados em 8 polos de inovação e tecnologia de Santa Catarina, possui Centros de Inovação na Grande Florianópolis e em Chapecó, além de presença em outras regiões do país e do mundo. Com um hub no Canadá, a entidade também é promotora de oportunidades de conexão e negócios para empresas que desejam iniciar sua jornada de internacionalização de maneira facilitada.

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