Com cinco indústrias já operando no novo modelo, a abertura do mercado representa novas oportunidades e fortalece o sistema de gás canalizado em todo o estado

Santa Catarina consolida-se como referência nacional na abertura do Mercado Livre de Gás Natural, com cerca de 38% do volume total distribuído pela SCGÁS já operando nesse modelo. Desde a entrada em vigor da Lei do Gás (14.134/2021) e do desenvolvimento do arcabouço regulatório estadual, em ação conjunta com a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC), o estado contabiliza importantes avanços na abertura do mercado. O modelo começou a operar a partir deste ano no estado e, atualmente, cinco grandes indústrias atuam no Mercado Livre, somando pouco mais de 600 mil m³ de gás natural consumidos por dia.

A expectativa é de que o número cresça ainda mais nos próximos meses, com a previsão de atingir mais de 1,1 milhão de metros cúbicos diários transportados até julho. Esse avanço é resultado direto da atuação estratégica da SCGÁS e da regulação implementada em conjunto com a ARESC, que, juntos, criaram as condições jurídicas, tarifárias e contratuais para viabilizar a migração de grandes consumidores para o ambiente livre. “A evolução acelerada do Mercado Livre no nosso estado demonstra que a SCGÁS e Santa Catarina estão na vanguarda deste processo”, pontua Rafael Nicolazzi, gerente comercial industrial e veicular.

No Mercado Livre, o consumidor, agora chamado de usuário livre, contrata diretamente a sua molécula de gás com qualquer comercializador registrado na Agência Reguladora. “A SCGÁS deixa de fazer a compra da molécula, mas continua prestando o serviço de distribuição, operando e entregando o gás natural nas condições de fornecimento definidas de pressão, vazão, temperatura, dentro da especificação técnica, garantindo a manutenção e segurança do abastecimento. Tudo com a mesma responsabilidade e eficiência de sempre”, destaca o gerente. A SCGÁS, como distribuidora, continua responsável pelo transporte e entrega do gás até o ponto de consumo, mantendo seu papel essencial na infraestrutura energética do estado.?

No modelo tradicional, conhecido como mercado cativo, a SCGÁS atua como intermediária, comprando gás natural de produtores e comercializadores para distribuir aos consumidores. A operação também é regulada pela ARESC, e o custo da molécula adquirida era repassado na mesma condição de compra diretamente na tarifa final paga pelos clientes.

Neste modelo, a Companhia realiza a compra pensando em atender igualmente todos os seus mais de 31 mil consumidores. Essa contratação é feita por meio de chamadas públicas, buscando o menor preço possível. “Essa estratégia beneficia o conjunto, mas nem sempre se adequa às necessidades específicas de cada empresa. No mercado livre, o usuário pode customizar a compra do gás natural, buscando contratos mais alinhados ao seu perfil de consumo, com possibilidade de melhorar a eficiência na aquisição do gás natural”, explica Nicolazzi.

A mudança central no Mercado Livre é que, agora, o cliente industrial pode negociar diretamente com comercializadores os volumes, preços e prazos mais adequados ao seu perfil de consumo. Com isso, ganha-se um contrato mais personalizado, que garante eficiência, autonomia, competitividade e, no fim, movimenta mais gás na rede, o que beneficia a todos. Isso gera mais eficiência para a indústria e torna Santa Catarina mais atrativa para novos investimentos.

A abertura do mercado de gás natural tem sido acompanhada de perto pela SCGÁS, que mantém seus esforços para garantir segurança e qualidade no abastecimento. A remuneração da distribuidora não está atrelada à comercialização do gás em si, mas aos serviços de distribuição, incluindo as atividades de operação da rede, controle de pressão, medição, monitoramento técnico e atividades de manutenção, que garantem a atividade de distribuição com segurança e confiabilidade.

“Nossa atuação é focada na infraestrutura, e isso permanece inalterado no Mercado Livre. Continuamos responsáveis por assegurar a eficiência e a confiabilidade do sistema, garantindo a movimentação do gás natural no sistema”, afirmou Nicolazzi. Ele destaca ainda que a mudança no modelo não significa redução de participação da SCGÁS, mas uma nova oportunidade de crescimento, tanto para a Companhia, que segue como peça central no sistema de gás canalizado em Santa Catarina, quanto para o desenvolvimento econômico do estado.

A transição reforça a importância da distribuidora como operadora essencial, garantindo que a modernização do setor ocorra sem comprometer a estabilidade do serviço.

Com a abertura do mercado, a SCGÁS passou a lidar com novas complexidades operacionais. Uma delas é o balanço diário do sistema, que exige comunicação constante entre os agentes envolvidos — usuários, comercializadores, transportadoras e a própria distribuidora. Todos os dias é necessário fazer a medição de quanto volume aquele consumidor utilizou e informar os comercializadores. Esse trabalho exige investimentos em tecnologia e processos, como a telemetria, para uma apuração diária precisa.

Sobre a SCGÁS

A Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS) é a concessionária responsável pela distribuição de gás canalizado no território catarinense. A SCGÁS atende os segmentos industrial, automotivo, termoelétrico, comercial e residencial, promovendo eficiência energética, segurança e responsabilidade ambiental. No total, opera em 72 cidades que abrangem 67% da população do estado. Atualmente, Santa Catarina é destaque como o 3º maior estado em extensão de rede, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. A SCGÁS é também a 2ª maior distribuidora em número de municípios e indústrias atendidas.

Fonte: Gerência de Marketing e Comunicação – SCGÁS