Reajuste decorre de entrada em vigor da bandeira vermelha patamar 2; impacto é maior nas micro e pequenas indústrias

A Federação das Indústrias de SC (FIESC) vê com preocupação a adoção repentina da bandeira vermelha patamar 2 na conta de energia elétrica. Para a Federação, a falta de previsibilidade e o fato de o aviso sobre o aumento na tarifa ocorrer de maneira abrupta impede que as indústrias possam se organizar para minimizar o impacto nos custos, o que é prejudicial para o setor.

No dia 30 de agosto, a Aneel anunciou o acionamento da bandeira vermelha no patamar 2, o mais alto entre os níveis tarifários, com vigência a partir de setembro. “Não ter previsibilidade afeta a programação financeira e de precificação da indústria, que fica sem tempo hábil para implantar estratégias capazes de reduzir o impacto da alta de preços”, explica o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Em SC, a maioria dos estabelecimentos industriais são micro, pequenas e médias indústrias, as mais afetadas pelo incremento, já que são clientes do mercado cativo, ou seja, sujeitas às variações de tarifa. Por outro lado, consumidores intensivos de energia podem aderir ao mercado livre e negociar preços e prazos diretamente com as comercializadoras.

Para a Federação, avisos antecipados da Aneel permitiriam que os consumidores industriais pudessem se preparar para absorver ou repassar parte do aumento de custos. De acordo com o presidente da Câmara de Assuntos de Energia da Federação, Manfredo Gouvea Junior, a bandeira tarifária passou de amarela em julho para verde (a mais barata) em agosto e saltou para a vermelha patamar 2, a mais alta, em setembro.

“Sabemos que os eventos climáticos impactam a geração e, por consequência, as tarifas, mas é preciso contar com previsões mais assertivas. Passar da tarifa verde para a vermelha nível 2 de uma hora para a outra traz consequências negativas para o setor industrial”, avalia Gouvea.