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Presidente do CREA-SC, eng. Carlos Alberto Kita Xavier: "interiorização fortalece o diálogo direto com os profissionais" (Fotos: Vanessa Karine: Jornalismo Adjori/SC)
Em entrevista à RCN, o presidente Carlos Alberto Kita Xavier detalha ações, números e projetos desenvolvidos em 2025 que fortaleceram o processo de interiorização e expansão do Conselho em regiões estratégicas de Santa Catarina
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC) encerra o ano com um conjunto de ações voltadas à qualificação profissional, ampliação da presença institucional no interior do Estado e investimento em inovação. O balanço anual foi apresentado pelo presidente da entidade, engenheiro civil Carlos Alberto Kita Xavier, que destacou, em entrevista exclusiva à RCN, os principais números, projetos e resultados da gestão.
Segundo Kita, o investimento em capacitação tornou-se uma diretriz permanente do Conselho. “Nós estávamos investindo muito na capacitação e na qualificação profissional, e isso já está arraigado na cultura dos nossos profissionais e do CREA”, afirmou. Desde 2021, o CREA-SC mantém um programa estruturado de apoio a projetos apresentados por entidades de classe, instituições de ensino e empresas. Atualmente, 52 entidades de classe possuem registro de crédito em todo o Estado.
Expansão
em regiões
estratégicas
Outro ponto central do balanço é o processo de interiorização do Conselho. Em 2024, o CREA-SC inaugurou escritórios regionais em Palmitos, Pinhalzinho e Fraiburgo. De acordo com o presidente, a escolha das cidades leva em conta fatores estratégicos. “São regiões onde o CREA esteve poucas vezes presente, mas que têm importância regional e potencial de crescimento”, explicou. As unidades contam com salas de atendimento, espaços de coworking, ambientes para reuniões e auditórios.
A expansão segue em andamento, com a implantação de uma nova estrutura em Balneário Camboriú, prevista para ser inaugurada junto ao CREA Summit. “A ideia é que o profissional tenha um ponto de apoio, uma extensão do seu escritório, inclusive quando estiver em deslocamento ou em períodos de férias”, destacou Kita. A proposta é que o modelo seja compartilhado entre os CREAs de diferentes estados, permitindo o uso integrado das estruturas.
O presidente ressaltou que a interiorização também fortalece o diálogo direto com os profissionais. “Quando a gente fala em interiorização do sistema, é o diálogo que a gente tem. Ouvir o colega na sua cidade faz toda a diferença”, afirmou. Ele lembrou que demandas apresentadas em encontros regionais resultaram em mudanças práticas, como a disponibilização gratuita de normas técnicas. “Transformamos o convênio em uma biblioteca de consulta gratuita para os profissionais, e essa ideia acabou sendo levada para o Brasil inteiro”, disse.
Fiscalização
consultiva
e educativa
Na área da fiscalização, Kita reforçou que o foco do CREA-SC é orientativo e preventivo. “O nosso objetivo não é multar, é garantir a presença do profissional na frente da obra e do serviço”, afirmou. Em 2023, o Conselho realizou cerca de 80 mil fiscalizações em Santa Catarina, com menos de 2% resultando em autos de infração. “A média nacional gira em torno de 20%. Isso mostra que a nossa fiscalização é consultiva e educativa”, completou.
Kita também destacou o papel do Conselho na regulamentação profissional. Atualmente, o CREA-SC reúne cerca de 83 mil profissionais registrados, distribuídos em aproximadamente 330 títulos. “Nós regulamos atividades para dar segurança à sociedade. Não é o CREA que garante a segurança de uma obra, é o profissional legalmente habilitado”, pontuou.
Demanda por
profissionais
qualificados
Sobre o mercado de trabalho, o presidente alertou para a redução na procura por cursos de engenharia. “Nos últimos dez anos, a procura caiu cerca de 30%, e na engenharia civil a redução passa de 50%”, afirmou, citando dados do Confea. Para ele, o cenário indica um déficit crescente de profissionais qualificados. “O mercado não quer alguém apenas para controlar material. Ele quer o engenheiro que pensa a obra, que traz soluções”, disse.
Eventos
grandiosos
Entre os eventos promovidos pelo Conselho, o CREA Summit foi apontado como um dos principais destaques. A terceira edição registrou cerca de 3,5 mil inscritos. “Nós nos surpreendemos com o crescimento. O primeiro teve 700 inscritos, o segundo 2 mil e o terceiro chegou a mais de 3,4 mil”, relatou. A próxima edição já está confirmada para os dias 26, 27 e 28 de março, em Balneário Camboriú.
Modernização
e apoio à
sociedade
O balanço também inclui avanços na modernização administrativa. Segundo Kita, o CREA-SC adotou processos digitais e reduziu significativamente os prazos internos. “Quando assumi, o registro de uma empresa levava em média 34 dias. Hoje, em muitos casos, ocorre em menos de 12 horas”, afirmou. O Conselho também investe no desenvolvimento de ferramentas com uso de inteligência artificial para facilitar a vida dos profissionais.
Na área social, o presidente destacou a atuação do Comitê de Gestão de Crise. “Colocamos o nosso conhecimento técnico à disposição da Defesa Civil e das prefeituras. Em momentos de crise, os profissionais do CREA doam seu tempo e seu conhecimento para ajudar a população”, explicou. O Conselho integra o Grupo de Ações Coordenadas (GRAC) do Estado e mantém um cadastro de profissionais para atuação emergencial.
Ao concluir o balanço, Kita reforçou que todas as ações têm um objetivo comum. “Tudo o que fazemos tem um único propósito: garantir segurança e qualidade de vida para a sociedade”, afirmou. Segundo ele, a valorização da engenharia, da agronomia e das geociências é o caminho para fortalecer o desenvolvimento de Santa Catarina.
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Página veiculada por mais de 30 jornais de diferentes regiões do Estado (Reprodução)
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