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Gilbero Seleme, presidente da Fiesc (Fotos: Divulgação Fiesc)
Fiesc e Fecomércio SC alegam que o equilíbrio fiscal deve ser perseguido com corte de gastos e eficiência do setor público e não com novos impostos, especialmente sobre a folha de pagamentos
A Federação das Indústrias de Santa Catarina manifestou preocupação com a possível retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a reoneração da folha de pagamentos. Projeto de lei aprovado pelo Congresso estende a desoneração da folha de pagamentos das empresas até 2027 e também reduz o recolhimento à Previdência Social de pequenos municípios até o final do mesmo ano.
Na contramão do Congresso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin anunciou que vai retomar o julgamento da ação movida pelo governo Lula contra o projeto de lei.
Para a Fiesc, o equilíbrio fiscal é necessário, mas deve ser buscado com corte de gastos e eficiência do setor público, e não com aumento de tributos.“O equilíbrio fiscal é fundamental, mas não pode ser alcançado às custas de quem produz. Não é hora de reonerar a folha ou elevar a carga tributária”, afirmou o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme. Ele destacou que o aumento de impostos afeta a geração de empregos, renda e arrecadação, agravando o cenário econômico.
A Federação também avaliou positivamente o fim da Medida Provisória 1.303/2025, que elevaria alíquotas de outros tributos para compensar perdas de arrecadação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e alertou para o risco de novas medidas que onerem o setor produtivo.
A Fiesc e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendem que eventuais compensações fiscais não recaiam sobre empresas nem consumidores.
Compensação
A Federação do Comércio, Bens e Serviços - Fecomércio SC, por sua vez, reiterou apoio à isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, mas se posicionou contra a compensação da perda de arrecadação por meio de nova taxação.
“Um novo imposto compromete a segurança jurídica e desestimula investimentos”, alerta Hélio Dagnoni, presidente da Fecomércio SC.
Fundo eleitoral
O líder empresarial criticou o elevado valor do Fundo Eleitoral recentemente aprovado pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. Parlamentares ampliaram para R$4,9 bilhões a reserva do fundo eleitoral previsto no Orçamento de 2026, dificultando ainda mais a redução do déficit nas contas públicas federais.
Para a Fecomércio SC, o equilíbrio fiscal pode vir de alternativas como a Reforma Administrativa, capaz de economizar até R$ 100 bilhões anuais. “A criação de novos tributos nunca será solução — apenas afasta investimentos e ameaça a geração de empregos”, concluiu o presidente Hélio Dagnoni.
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Página publicada por mais de 30 jornais abrangendo todas as regiões do Estado (Reprodução)
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