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As novas recomendações do Ministério da Saúde sobre o rastreamento do câncer de mama reacenderam um debate importante e, como todo tema de saúde pública, também geraram dúvidas. Afinal, por que mudar algo que já era feito há anos? A resposta é simples, mas desconfortável: porque a forma como estávamos cuidando das mulheres deixava muita gente de fora.
Até recentemente, o protocolo oficial do Sistema Único de Saúde (SUS) orientava que a mamografia fosse realizada apenas em mulheres de 50 a 69 anos, o que excluía uma parcela significativa da população feminina que já apresentava risco relevante. Agora, o Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 40 e 74 anos possam fazer o exame a cada dois anos, mesmo sem sintomas, em decisão conjunta com o profissional de saúde.
Essa atualização é mais do que técnica; é um reconhecimento de que a prevenção precisa ser acessível e personalizada. Segundo o próprio Ministério, essa faixa etária concentra cerca de 23% dos casos de câncer de mama. E quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura.
Mas ainda há ruído. Algumas pessoas entendem a nova diretriz como uma banalização dos exames, enquanto outras a veem como atraso. Nenhum dos extremos está certo. O rastreamento é uma ferramenta poderosa, mas deve ser usada com sabedoria e nunca substituir o diálogo entre paciente e médico. A mulher que sente algo diferente nas mamas, nota alteração na pele ou tem histórico familiar de câncer deve buscar atendimento o quanto antes. É nessa conversa individual que o cuidado se torna real.
Por isso, é essencial procurar o seu médico de confiança, seja o ginecologista ou o médico de família, para entender qual é a melhor conduta para o seu caso específico. Na Tempo Med, esse acompanhamento é feito de forma próxima e orientada, com foco em prevenção e cuidado contínuo, respeitando as particularidades de cada paciente.
Cuidar de si é um ato de amor, mas também de responsabilidade. É escolher se informar, fazer perguntas e participar ativamente das decisões sobre o próprio corpo. Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou aproximadamente 4 milhões de mamografias para rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos, números que mostram avanços importantes, mas também reforçam a necessidade de ampliar o acesso com qualidade e orientação. Talvez a grande polêmica esteja aí: em um tempo em que a informação é instantânea, ainda precisamos lembrar que saúde não é opinião, é ciência, confiança e presença.
Dr. César Titton, médico de família – Tempo Med
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