Longe dos holofotes
Aécio Neves interrompeu sua campanha, que fazia um tour pelo Nordeste, até domingo. Voltou para o Rio de Janeiro à noite. Aos mais próximos, mostrou-se de fato abalado e avisou que hoje desligaria os celulares e ficaria com os filhos. (Lauro Jarim - Radar on-line/Veja
A morte de Eduardo Campos muda o rumo da corrida presidencial
Ainda não é possível fazer uma previsão sobre os desdobramentos da morte de Eduardo Campos na corrida presidencial. Mas, com segurança, podemos afirmar que a tragédia causará uma reviravolta na disputa pelo Palácio do Planalto.
Os adversários diretos de Campos – Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) – interromperam suas respectivas campanhas. A perplexidade também tomou conta tanto de petistas e tucanos, que reconhecem que a morte do presidenciável socialista pode causar um reflexo imprevisível na eleição.
E apesar de Marina Silva ser apontada internamente como o nome natural para assumir a candidatura presidencial, o PSB vai respeitar o luto para só depois iniciar um debate interno sobre o assunto.
Em terceiro lugar nas pesquisas, Eduardo Campos e Marina Silva apostavam no discurso da nova política para quebrar a polarização da disputa presidencial entre PT e PSDB.
Mas a morte precoce de uma liderança política emergente já causa um sentimento de consternação coletiva no país. Por isso mesmo, ainda é cedo para saber como o principal ator político dessa campanha vai reagir: o eleitor.
Será preciso aguardar esse momento de luto para decantar um pouco mais o cenário político. E só então avaliar como o eleitorado vai se posicionar depois dessa tragédia. Mas uma coisa é certa: a morte inesperada de Eduardo Campos muda o rumo da sucessão presidencial. (Gerson Camarotti - G1)
Marina vem aí
O PSB e seus aliados pretendem fazer da vice Marina Silva a sua candidata ao Planalto. Com a morte de Eduardo Campos, os políticos avaliam que será preciso escolher um nome de viabilidade eleitoral garantida para dissuadir os que querem se entregar ao PT ou ao PSDB. Os cientistas políticos e marqueteiros avaliam que a posição de Aécio Neves está ameaçada e que a disputa irá agora, com certeza, para o segundo turno.
No caminho do PSDB - O tucano Aécio Neves, estacionado na casa dos 20%, ficará sob forte pressão. Eduardo Campos (9%) tentava se viabilizar como 3ª via. Mas Marina já encarna essa alternativa. Fala um marqueteiro: “Ela chega lastreada nos 19% de 2010 e para representar um herói morto”. Sua estratégia será atrair os votos dos insatisfeitos com o domínio do PT e o governo Dilma. Os cientistas políticos dizem que “sua chance de alcançar Aécio é maior que a de Eduardo”. Por isso, seu objetivo será tomar de Aécio a bandeira da oposição. Eles creem também que Marina dialoga melhor com aqueles setores sociais que foram às ruas protestar em junho de 2013. (Ilimar Franco - O Globo)
Roda Dirigentes do PSB terão hoje as primeiras conversas sobre o destino da candidatura. O ex-ministro Roberto Amaral viajou para São Paulo. Primeiro vice-presidente do partido, ele é o substituto imediato de Campos.
Tensão Amaral e Marina já tiveram fortes atritos. Em 2013, ele declarou que a Rede seria um partido “fundamentalista, religioso e preconceituoso”. Marineiros temem que ele agora defenda uma adesão a Dilma Rousseff (PT).
Silêncio O ex-ministro disse ontem que não tinha condições de pensar no futuro da chapa. “Estou com a cabeça em outro lugar.”
Desunião Um deputado próximo à vice espera novos conflitos. “Vai ter muita resistência, a começar pelo Amaral. O único consenso no PSB é a antipatia à Marina.”
Moderadora Marineiros torcem para que a viúva Renata Campos tenha voz ativa na definição do rumo do partido. As duas ficaram muito amigas nos últimos meses. (Bernardo Mello Franco - Painel/Folha de S.Paulo)
TEMENDO MARINA, PT COGITA ‘VOLTA, LULA’ DE NOVO
A morte de Eduardo Campos, que comove o País, e sua eventual substituição por Marina Silva na disputa presidencial, provocaram uma reunião informal da cúpula do PT, mostrando temor pela candidatura da ex-ministra. A avaliação inicial do PT aponta Marina como a principal beneficiária do legado de Campos, o que levaria risco real de derrota para Dilma, por isso a substituição dela por Lula voltou a ser cogitada.
COMOÇÃO
Lulistas do PT avaliam que a comoção pela morte de Eduardo Campos colocaria Marina em condições até de vencer a eleição presidencial.
REFLEXO
Além de favorecer eventual candidatura de Marina Silva, a morte de Eduardo Campos deve refletir nas campanhas do PSB a governador. (Cláudio Humberto - Diário do Poder)
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