O transporte turístico rodoviário, apesar de ainda ser um dos principais meios de locomoção de diversos catarinenses para os pontos mais longínquos do Brasil e até de países vizinhos, não significa mais uma garantia de viagem tranquila. A cada temos notícias, com uma frequência crescente e espantosa, de assaltos a veículos repletos de turistas. Não são mais raros os casos de viagens interrompidas com momentos de terror vividos por passageiros, que, além do prejuízo econômico de uma viagem não realizada, carregam para a vida traumas que dificilmente serão reparados.

Se anos atrás os pontos escolhidos para as emboscadas eram ermos e longe de fiscalização pontual, hoje os bandidos têm confiança plena na impunidade, no sucesso de suas empreitadas e na inoperância das instituições que julgam zelar pela nossa segurança. Não raro, assaltos a ônibus lotados de turistas são realizados próximos a grandes centros urbanos e também de postos de polícia. Os criminosos não se sentem mais intimidados. O bandido hoje não escolhe um ponto sem sinal de celular ou de maior probabilidade de ser bem sucedido, pois a ação da segurança pública está distante. E não falo apenas das estradas catarinenses, onde o número de ocorrências não para de crescer, mas de todos os estados brasileiros, que vêm a cada ano acumulando mais casos de cidadãos sofrendo com a insegurança generalizada que tomou conta das rodovias do país.

Já que os ataques não são mais somente a ônibus de ‘sacoleiros’, que fazem compras no Paraguai e São Paulo, em virtude destes terem adotado as escoltas armadas, chegamos num impasse onde a insegurança é geral. Imagine a situação de levar o filho a uma excursão ao Beto Carrero Wolrd ou os pais a Aparecida e, no embarque ao lado do motorista, está um vigilante armado para garantir a segurança da viagem. A que ponto chegou nossa "liberdade".